CAPACrédito e Cobrança

Banco Central define novas taxas de juros e crédito deve ficar mais caro

O mercado financeiro brasileiro está atento às decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que nesta semana define as novas taxas de juros do país. Essa decisão, prevista para os dias 6 e 7, promete impactar diretamente o custo do crédito para consumidores e empresas. Com a escalada das taxas, tomar dinheiro emprestado ficou mais caro, afetando o planejamento financeiro das famílias e o capital de giro das empresas.

Crédito livre tem aumento nas taxas para pessoas físicas e empresas

Os últimos dados divulgados mostram que o crédito livre – modalidade que permite ao tomador usar os recursos sem destinação específica – sofreu novo aumento. A taxa média de juros passou de 43,5% ao ano em fevereiro para 44% em março. No mesmo período do ano passado, essa taxa era de 40,4%.

Para as famílias, os juros subiram de 56,1% para 56,4% ao ano. Já para as empresas, a taxa atingiu 24,6% ao ano, uma alta de 0,8 ponto percentual no mês e de 3,5 pontos nos últimos 12 meses. Essa elevação pressiona o orçamento familiar e aumenta os custos operacionais das empresas, dificultando novos investimentos e a contratação de crédito para expansão.

Cheque especial atinge taxa recorde de 349,2% ao ano

Um dos aumentos mais expressivos foi observado no cheque especial. Em março, a taxa alcançou impressionantes 349,2% ao ano, subindo 9 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Com essa taxa extremamente elevada, o uso do limite do cheque especial se torna ainda mais arriscado para consumidores, que podem ver suas dívidas crescerem rapidamente caso não consigam quitá-las no curto prazo.

Selic pode chegar a 15% até o fim de 2025

A taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, pode subir ainda mais, chegando a 15% até o fim de 2025, segundo estimativas do mercado financeiro. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e influencia diretamente todas as demais taxas praticadas no mercado, desde financiamentos até aplicações financeiras.

Embora o Banco Central tenha sinalizado uma desaceleração no ritmo de alta da Selic, ainda há incertezas sobre o próximo ajuste, que pode ser de 0,75 ou 0,50 ponto percentual. Essa elevação da Selic reflete os esforços da autoridade monetária para controlar a inflação, mas também encarece o crédito e pode frear o consumo e os investimentos.

Inflação elevada mantém pressão sobre juros

A inflação continua sendo um fator de preocupação. Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56%, impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos. No acumulado de 12 meses, a inflação oficial do país atinge 5,48%.

De acordo com o Boletim Focus, a expectativa é que a inflação em 2025 fique em 5,55%, com uma trajetória de queda gradual nos anos seguintes: 4,51% em 2026, 4% em 2027 e 3,78% em 2028. Mesmo com sinais de moderação, o Copom avalia que a economia brasileira ainda apresenta pressão inflacionária, especialmente no setor de serviços, o que justifica a manutenção de juros elevados.

O Banco Central reforçou que continuará monitorando os indicadores econômicos e poderá adotar novas medidas para garantir a estabilidade dos preços e o equilíbrio da economia.

Como o consumidor pode se proteger em um cenário de juros altos

Diante de taxas de juros cada vez mais elevadas, consumidores e empresas devem redobrar a atenção com o uso do crédito. Evitar o uso do cheque especial, renegociar dívidas com taxas mais baixas e priorizar o pagamento de dívidas mais caras são algumas estratégias recomendadas por especialistas.

Além disso, buscar alternativas de investimento que acompanhem a alta da Selic pode ajudar a proteger o poder de compra e garantir uma rentabilidade maior no longo prazo.

O aumento das taxas de juros definido pelo Banco Central impacta diretamente o custo do crédito no Brasil, exigindo mais cautela na gestão financeira de famílias e empresas. Acompanhar de perto as decisões do Copom e adaptar as estratégias financeiras a esse novo cenário é essencial para manter a saúde financeira e evitar o endividamento excessivo.

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