Crédito e Cobrança

Cartão de crédito lidera causas da inadimplência no Brasil, aponta pesquisa da CNDL/SPC Brasil

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil revelou quais são os principais fatores que têm levado os brasileiros à inadimplência em 2025. O levantamento, feito em parceria com a Offerwise, mostra que o cartão de crédito continua sendo o maior vilão das dívidas, seguido por empréstimos e crediário.

Neste artigo, você entenderá os principais dados da pesquisa, quais contas os brasileiros priorizam no pagamento, o perfil das dívidas com maior tempo de atraso e as orientações práticas para evitar a inadimplência, tudo com foco em crédito e cobrança.

Cartão de crédito é o principal responsável pela inadimplência

Segundo os dados, 23% dos consumidores inadimplentes atribuem o início das dívidas ao uso do cartão de crédito. Logo em seguida, aparecem os empréstimos com bancos e financeiras (16%) e o crediário (12%).

Esse cenário evidencia o impacto do crédito rotativo, que frequentemente carrega taxas de juros elevadas. O fácil acesso e a sensação de liquidez imediata tornam o cartão um recurso atraente, porém arriscado, para quem não tem controle financeiro.

Contas atrasadas, mas ainda não negativadas

Além das dívidas que já resultaram em inadimplência, a pesquisa também apontou quais são as contas em atraso que ainda não levaram o consumidor a ter o nome negativado. Novamente, o cartão de crédito aparece no topo (15%), seguido por contas básicas como água e luz (10%) e o cheque especial (9%).

Esses dados demonstram que, mesmo antes da negativação, já existe um risco claro de endividamento e perda do controle orçamentário.

Serviços essenciais são prioridade de pagamento

Quando questionados sobre quais contas priorizam no pagamento, os consumidores destacaram aquelas relacionadas a serviços essenciais e de uso diário:

  • Internet: 73%
  • Água e luz: 68%
  • Telefone: 65%
  • TV por assinatura: 59%
  • Plano de saúde: 48%

A preferência por manter esses serviços em dia está relacionada à necessidade de comunicação, trabalho remoto, educação online e saúde, tornando-os indispensáveis no cotidiano.

Contas com maior e menor tempo de atraso

O estudo também mapeou o tempo médio de atraso dos compromissos financeiros. Veja os destaques:

Maiores tempos de atraso:

  • Cheques pré-datados: 15 meses
  • Faculdade/FIES: 15 meses
  • Condomínio: 13 meses
  • Crediário: 11 meses
  • Empréstimos: 11 meses

Menores tempos de atraso:

  • Telefone: 6 meses
  • Financiamento da casa própria: 6 meses
  • Financiamento de automóvel: 6 meses

Esses dados revelam que, apesar da inadimplência, há uma tentativa dos consumidores em manter financiamentos de bens de alto valor em dia, enquanto outras despesas são postergadas por mais tempo.

A importância da educação financeira

O presidente da CNDL, José César da Costa, reforça que o cenário de juros altos e inadimplência exige paciência e planejamento dos consumidores. Buscar crédito de forma consciente, considerando todas as taxas e encargos, é essencial para evitar armadilhas financeiras.

Já a especialista Merula Borges orienta que o controle financeiro mensal é fundamental para manter as contas sob controle. “É preciso anotar todos os gastos e compromissos, inclusive os extras. Isso ajuda a manter uma visão realista do orçamento e evita surpresas desagradáveis”, afirma.

Impactos para o setor de crédito e cobrança

Para profissionais e empresas do setor de crédito e cobrança, os dados desta pesquisa oferecem insights valiosos. O comportamento de priorização das contas básicas e o tempo médio de atraso por tipo de dívida ajudam a entender onde estão os maiores riscos e quais abordagens podem ser mais eficazes na negociação com inadimplentes.

O cartão de crédito continua sendo o ponto mais sensível, tanto no volume de inadimplência quanto no tempo de recuperação. Estratégias que incluam educação financeira, renegociação com taxas acessíveis e canais de atendimento digital podem fazer a diferença na recuperação de crédito.

Data de coleta dos dados: 22 a 30 de janeiro de 2025

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Redação Contraponto

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