Tecnologia e IA no acesso ao crédito para as classes C e D

No episódio 178 do Podcast ContraPonto, Alex Franco, CRO e CTO da Jeitto, compartilhou uma verdadeira aula sobre como a tecnologia e a Inteligência Artificial estão revolucionando o acesso ao crédito para as classes C e D no Brasil.
Com uma trajetória que passa por gigantes como Serasa e experiências internacionais em mercados desafiadores, Alex traz uma visão estratégica e prática sobre como oferecer crédito com responsabilidade, usando dados e machine learning como pilares.
O desafio de conceder crédito para quem mais precisa
Um dos principais pontos abordados por Alex é o grande abismo que ainda existe entre instituições financeiras tradicionais e os brasileiros de baixa renda. Muitas vezes excluídos por não atenderem aos critérios de score ou histórico financeiro, esse público encontra barreiras quase intransponíveis para conseguir crédito.
Segundo ele, o segredo não está em negar, mas em construir uma jornada de confiança: “Começamos pequeno, damos um crédito inicial, e conforme a pessoa honra seus compromissos, vamos aumentando essa relação.”
Dados como base para decisões inteligentes
Alex reforça: não existe inteligência artificial eficaz sem dados bem estruturados. A fintech Jeitto, onde ela atua, nasceu com esse foco — utilizar dados reais, atualizados e comportamentais para montar modelos preditivos robustos.
Esses modelos são acompanhados por agentes de IA e supervisionados por humanos. Isso permite oferecer crédito de forma personalizada e com risco controlado. “A IA sozinha não resolve tudo, mas quando bem direcionada, muda o jogo”, pontua.
A tecnologia como ponte para a inclusão
Outro ponto de destaque foi o uso da tecnologia como ferramenta de democratização financeira. O principal canal de acesso ao crédito no Jeitto é via app, hoje disponível para Android e em breve também para iOS, alcançando ainda mais pessoas da base da pirâmide.
Além disso, Alex revela que o time da fintech está preparado para atender até quem tem dificuldades com tecnologia, oferecendo múltiplos canais, suporte humanizado e evitando a burocracia sem abrir mão da segurança.
O papel da cultura e da empatia no processo de cobrança
No bloco sobre inadimplência, Alex destaca algo essencial: o relacionamento humano ainda é a chave. Ela defende que o time de cobrança precisa entender a realidade do cliente e atuar com empatia, sem abrir mão da performance. A fintech trabalha com metas justas e parceiros que compartilham da mesma cultura.
“Não adianta espremer o escritório e esperar resultado. Tem que ser bom para os dois lados, senão não funciona”, afirma.
Combate à fraude com leveza e inteligência
Fraude é um ponto crítico, especialmente quando se trabalha com populações mais vulneráveis. “A segurança precisa existir, mas o cliente não pode sentir que está entrando num labirinto para conseguir crédito”, diz Alex.
Educação financeira: uma falácia ou uma distração?
Um dos momentos mais provocativos da conversa foi quando Alex questiona a clássica desculpa usada por muitos players do mercado: “As pessoas não têm educação financeira”. Para ela, isso é uma falácia que mascara a falta de inovação das empresas.
Com dados, tecnologia e boa vontade, é possível incluir cada vez mais brasileiros no mercado de crédito, desde que se pare de culpar o cliente e se passe a olhar para soluções reais.
Brasil: o melhor lugar para inovar
Finalizando com uma visão otimista, Alex defende que o Brasil é um dos melhores lugares do mundo para gerar impacto por meio da tecnologia financeira. Com regulação moderna e população carente de crédito, oportunidade é o que não falta — o que falta, muitas vezes, é coragem para fazer diferente.
Assista agora ao episódio completo com Alex Franco no YouTube e aprofunde-se ainda mais nessa revolução silenciosa que está mudando o acesso ao crédito no Brasil: