Plano safra 25/26 injeta R$ 70 bilhões em crédito rural e fortalece o agro

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um aporte recorde de R$ 70 bilhões em crédito rural para a safra 2025/2026. O valor representa um aumento de 5% em relação ao ciclo anterior e um salto de 180% se comparado à safra 2022/2023, consolidando o banco como um dos maiores fomentadores do agronegócio e da agricultura familiar no Brasil.
Mais do que um volume histórico, o novo Plano Safra reforça o papel do crédito como motor do desenvolvimento econômico e garante apoio financeiro a diferentes perfis de produtores, com destaque para inovação, sustentabilidade e segurança alimentar.
o que é o plano safra e qual sua importância para o crédito rural
O Plano Safra é o principal instrumento de política agrícola no Brasil. Todos os anos, o governo federal libera linhas de financiamento com recursos subsidiados e não subsidiados, voltadas para o custeio da produção, aquisição de maquinário, irrigação, armazenagem, práticas sustentáveis e comercialização.
Com taxas de juros específicas para pequenos, médios e grandes produtores, o plano permite que o crédito rural atinja o campo de forma acessível e estratégica — promovendo produtividade e inclusão econômica.
R$ 70 bilhões: a maior oferta de crédito rural da história do bndes
O total anunciado pelo BNDES será dividido em duas frentes principais:
- R$ 39,7 bilhões em recursos equalizáveis via Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGF), com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional.
- R$ 30,3 bilhões em recursos próprios do BNDES, por meio da linha BNDES Crédito Rural, com parte dos financiamentos atrelada ao dólar.
Essa estrutura permite flexibilidade no uso do crédito e maior capilaridade no atendimento a diferentes regiões e perfis de produtores.
Crédito para médios e grandes produtores: agilidade e tecnologia no campo
Para os médios e grandes produtores, serão destinados R$ 26,3 bilhões, com juros entre 8,5% e 14% ao ano, distribuídos entre nove programas. Os principais são:
- Moderfrota: aquisição de tratores, colheitadeiras e maquinário agrícola.
- Pronamp: apoio ao médio produtor rural em custeio e investimento.
- Inovagro: fomento à tecnologia, automação e inteligência artificial no agro.
- Renovagro: práticas sustentáveis, como bioinsumos e recuperação de áreas.
- PCA: construção e ampliação de armazéns.
- Prodecoop: modernização de cooperativas agropecuárias.
- Proirriga: incentivo à irrigação e uso racional da água.
Com essas linhas, o crédito rural estimula o aumento da produtividade, a redução de perdas e a adoção de soluções tecnológicas no agronegócio brasileiro.
Crédito para agricultura familiar: inclusão produtiva com juros acessíveis
A agricultura familiar receberá R$ 13,4 bilhões, com juros entre 0,5% e 8% ao ano, por meio do Pronaf e suas diferentes modalidades:
- Pronaf Custeio: insumos, sementes, defensivos, alimentação animal e manutenção.
- Pronaf Investimento: compra de equipamentos, construções e irrigação.
- Pronaf Agroecologia e Eco: incentivo à produção orgânica e sustentável.
Essa linha mantém as menores taxas de juros do mercado e representa uma ferramenta crucial para o fortalecimento da economia rural em pequenas propriedades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
BNDES crédito rural: linha própria com flexibilidade e opção em dólar
A linha BNDES Crédito Rural responde por R$ 30,3 bilhões, dos quais R$ 14,4 bilhões serão oferecidos com custo atrelado ao dólar — uma alternativa atrativa para exportadores do agronegócio que têm receitas em moeda estrangeira.
Com ampla flexibilidade, essa linha permite financiamentos para:
- Custeio agrícola e pecuário
- Investimentos em infraestrutura e tecnologia
- Estocagem e comercialização
- Projetos sustentáveis e inovadores
Além disso, ela pode ser combinada com recursos subsidiados, ampliando o poder de alavancagem e otimizando a gestão financeira no campo.
Crédito rural com foco em sustentabilidade e segurança alimentar
O BNDES reafirmou que os recursos do Plano Safra também seguem critérios ESG (ambientais, sociais e de governança). Os projetos financiados deverão:
- Reduzir emissões de carbono
- Melhorar o uso da água
- Evitar desmatamento ilegal
- Estimular bioeconomia e energias renováveis
Essa diretriz reforça a posição do Brasil como líder global na agricultura sustentável e posiciona o crédito rural como ferramenta para o equilíbrio entre produção e preservação ambiental.
Expectativa de crescimento e impacto econômico
Com os R$ 70 bilhões em crédito, o governo espera uma safra mais robusta. Segundo a Conab, a produção de grãos, frutas e proteínas animais pode crescer mais de 6% na temporada 2025/2026. Além disso, os recursos devem viabilizar:
- Renovação da frota agrícola
- Ampliação de áreas irrigadas
- Redução de perdas pós-colheita
- Estabilização dos preços ao consumidor
Em um cenário de juros elevados e desafios climáticos, o acesso ao crédito rural será essencial para garantir a produtividade, a renda do produtor e a oferta de alimentos à população.