Crédito e Cobrança

Panorama da inadimplência empresarial em março de 2025

Em março, a inadimplência das empresas brasileiras atingiu patamar recorde, com 7,3 milhões de CNPJs com dívidas pendentes. Segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, o valor total acumulado chegou a R$ 169,8 bilhões, representando 31,9% de todos os negócios ativos — um aumento de 1 ponto percentual em relação a março de 2024.

Principais fatores por trás do aumento da inadimplência

A alta histórica reflete, sobretudo, dois fatores interligados:

  • Juros elevados: A política monetária restritiva eleva o custo do crédito e onera o capital de giro das empresas.
  • Dificuldade de acesso a financiamentos: Pequenos negócios, que dependem mais de linhas de crédito bancário, enfrentam maior resistência para renovação ou contratação de empréstimos, reduzindo sua capacidade de manter pagamentos em dia.

Setores mais afetados pela inadimplência

A distribuição das empresas negativadas por segmento mostra:

  • Serviços (53,0%): Lidera o ranking por concentrar a maioria dos CNPJs com débito.
  • Comércio (34,8%): Reflete o impacto da desaceleração no consumo.
  • Indústria (8,0%) e Outros (3,3%): Incluem financeiro e terceiro setor.
  • Primário (1,0%): Setor agropecuário e extrativo.

Já em termos de natureza das dívidas, o segmento de Serviços também concentra a maior parte (31,6%), seguido por Bancos e Cartões (20,7%).

Disparidades regionais na inadimplência

As taxas de inadimplência variam significativamente entre as Unidades Federativas. Em março de 2025, os três estados com maior índice foram:

  1. Distrito Federal: 40,9%
  2. Alagoas: 40,3%
  3. Pará: 39,8%

Estados com menor concentração de dívidas mantêm índices abaixo de 25%, indicando um cenário desigual de saúde financeira empresarial pelo país.

Impacto nas micro e pequenas empresas

As micro e pequenas empresas (MPEs) responderam por 6,9 milhões dos CNPJs inadimplentes, acumulando mais de 48 milhões de contas negativadas e R$ 146,2 bilhões em dívidas. Esse volume corresponde a cerca de 86% do total de valores em aberto, evidenciando a maior vulnerabilidade desse segmento a choques econômicos e restrições de crédito.

Redação Contraponto

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