Crédito e Cobrança

Juros altos e pequenas empresas: como sobreviver com a Selic a 15% ao ano

Em 2025, o cenário de juros elevados voltou a assombrar o empreendedorismo brasileiro. Com a taxa Selic estabilizada em 15% ao ano, o crédito ficou mais caro, a inadimplência disparou e as micro e pequenas empresas passaram a enfrentar um verdadeiro teste de sobrevivência. Se antes o crédito era um instrumento para alavancar o crescimento, agora ele pode se transformar em uma armadilha se não for bem planejado.

O impacto direto da Selic alta no dia a dia do empreendedor

A taxa Selic, utilizada como referência para os juros cobrados nos empréstimos bancários, influencia diretamente o custo do crédito no país. Quando ela está em 15% ao ano, todo tipo de financiamento – desde capital de giro até empréstimos de curto prazo – se torna mais oneroso. Isso significa que cada real tomado emprestado vem acompanhado de um custo muito maior para as empresas, especialmente as de menor porte.

Com margens apertadas e pouco acesso a linhas de crédito mais baratas, pequenos empreendedores acabam se vendo forçados a recorrer a financiamentos emergenciais para manter o fluxo de caixa. No entanto, essa estratégia pode se tornar perigosa, já que o valor das parcelas cresce junto com os juros, comprometendo a rentabilidade e a saúde financeira do negócio.

Inadimplência recorde e risco de falência crescem entre as PMEs

Segundo a Serasa Experian, 2025 começou com um dado alarmante: mais de 7,1 milhões de empresas brasileiras estão inadimplentes, o que representa 31,4% do total de negócios ativos no país. As pequenas e médias empresas (PMEs) lideram essa estatística preocupante.

Esse aumento na inadimplência é consequência direta do crédito caro. Quando os juros estão altos, o acesso ao financiamento diminui e o custo de manter as operações sobe. Muitos empreendedores atrasam pagamentos de fornecedores, deixam tributos em aberto ou não conseguem honrar compromissos com funcionários. Esse ciclo pode culminar em falência ou pedido de recuperação judicial.

Crédito sem planejamento: o perigo invisível para o negócio

Em momentos de dificuldade, é comum buscar crédito como solução rápida. Porém, um dos maiores erros cometidos por empresários é não avaliar com precisão o custo real do empréstimo. Taxas de juros, encargos, tarifas ocultas, seguros embutidos e os efeitos dos juros compostos são frequentemente ignorados – o que pode transformar um empréstimo simples em um fardo insustentável.

É fundamental calcular o impacto do financiamento no fluxo de caixa, considerando não apenas o valor das parcelas, mas também a capacidade real da empresa de gerar receita para honrá-las.

Gestão de caixa eficiente: o básico que precisa ser feito

Diante de um cenário de juros altos, a gestão de caixa se torna um dos pilares centrais para a sobrevivência empresarial. Mais do que um diferencial competitivo, ela é uma necessidade urgente. Aqui estão algumas ações práticas que fazem toda a diferença:

  • Monitorar diariamente entradas e saídas de caixa
  • Antecipar pagamentos e recebimentos para evitar surpresas
  • Negociar prazos e condições com fornecedores e clientes
  • Reduzir a dependência de crédito bancário tradicional
  • Construir uma reserva de emergência para momentos críticos

Essas práticas simples ajudam a manter a empresa estável mesmo em tempos de incerteza e juros altos.

Estratégia é o que diferencia quem sobrevive de quem quebra

Empreendedores que se destacam em tempos difíceis são aqueles que entendem o cenário macroeconômico e se adaptam. A taxa de juros não deve ser encarada como um obstáculo intransponível, mas como um elemento do ambiente de negócios que exige respostas estratégicas.

Investir em conhecimento, melhorar processos internos, diversificar fontes de receita e buscar alternativas de crédito mais acessíveis – como FIDCs ou fintechs – são medidas que podem fazer a diferença.

Além disso, contar com parceiros estratégicos é essencial. Bancos e instituições voltadas ao empreendedorismo, como a XP Empresas, oferecem suporte, orientação e soluções financeiras que vão além do simples crédito. Em tempos turbulentos, estar bem assessorado é meio caminho andado para não naufragar.

A Selic a 15% desafia pequenas empresas como poucas outras variáveis econômicas. O crédito caro pressiona, mas também revela quem está preparado. Com planejamento, boa gestão financeira e decisões informadas, é possível não apenas resistir, mas também crescer de forma sustentável.

Em momentos como esse, mais do que nunca, é preciso saber navegar.

Redação Contraponto

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