CAPACrédito e Cobrança

CNDL e SPC revelam alerta vermelho para o Natal: 33% dos consumidores que vão às compras estão inadimplentes

O endividamento cresce às vésperas das festas e pressiona o orçamento das famílias brasileiras

A mais recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com a Offerwise revela um dado preocupante para o varejo e para o planejamento financeiro das famílias. Entre os consumidores que pretendem comprar presentes neste Natal, 33% já possuem contas em atraso e 72% estão com restrições no nome. O levantamento, feito nas 27 capitais brasileiras, reforça que o impulso de consumo no fim do ano pode aprofundar o desequilíbrio financeiro.

O risco de gastar mais do que o orçamento permite

O estudo aponta que 22% dos consumidores que vão às compras afirmam ter o hábito de gastar além do que podem pagar, tendência mais comum entre os jovens. O dado mais alarmante é que 9% pretendem deixar de pagar alguma conta para adquirir presentes, o que deve levar aproximadamente 14,8 milhões de pessoas à inadimplência por causa das celebrações de fim de ano.
Além disso, 10% dos entrevistados devem adiar o pagamento de contas para participar das festas de Natal e 11% para aproveitar as comemorações de Ano Novo. Esse comportamento cria um efeito cascata que compromete o início do próximo ano, período já marcado por despesas extras como material escolar, IPVA e IPTU.

As contas que mais serão sacrificadas para bancar os presentes

Quando questionados sobre quais contas deixarão de ser pagas para comprar presentes ou participar das festas, os consumidores apontaram:
• Internet, 17%
• Água e luz, 11%
• Financiamento da casa, 10%
• Telefone, 10%
• Mensalidade escolar, 9%
• TV por assinatura, 9%

Esses serviços são parte essencial da rotina familiar, o que reforça o risco de comprometer itens básicos para atender ao consumo sazonal.

O impacto emocional e financeiro nas famílias com filhos

A pesquisa mostra que as decisões de compra de presentes envolvem diretamente a dinâmica familiar. Entre os entrevistados, 41% escolhem os presentes junto com os filhos e 43% decidem sozinhos.
Um dado sensível é que 22% afirmam estar dispostos a deixar de pagar alguma conta para atender aos desejos dos filhos durante o Natal.
Segundo especialistas da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, essa prática coloca em risco a saúde financeira da família, já que decisões motivadas pela emoção podem resultar em meses de aperto financeiro.

A visão da CNDL sobre o risco do endividamento nas festas

O presidente da Confederação, José César da Costa, alerta que o fim do ano exige ainda mais atenção ao orçamento. Para ele, o impulso de consumo típico da época pode acelerar o endividamento e pressionar ainda mais o bolso do consumidor no início do ano seguinte.
Costa destaca que a disciplina financeira é essencial para evitar que as celebrações se transformem em prejuízo e para garantir estabilidade em um período em que novas despesas costumam surgir com força.

A inadimplência gerada pelas compras do último Natal

O estudo também revela um comportamento que se repete ano após ano. Em 2024, 22% dos consumidores que compraram presentes ficaram com o nome sujo devido ao acúmulo de dívidas. O valor médio das contas atrasadas foi de 1.084 reais.
Esse dado reforça a necessidade de planejamento antes das festas, evitando que a euforia do momento resulte em meses de dificuldades financeiras.

Como foi feita a pesquisa

A pesquisa ouviu consumidores entre 15 e 23 de outubro nas 27 capitais do país, homens e mulheres acima de 18 anos, de diferentes classes econômicas. A margem de erro é de 3,6 pontos percentuais para o total da amostra, com intervalo de confiança de 95%.

Redação Contraponto

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