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Crescimento da inadimplência no Brasil em 2025: O que os dados revelam

A inadimplência continua crescendo no Brasil e acende o sinal de alerta para empresas, consumidores e instituições financeiras. Dados divulgados pelo SPC Brasil revelam que, em abril de 2025, o número de consumidores inadimplentes cresceu 4,59% em relação a abril de 2024 — uma taxa superior à observada no mês anterior.

Além do comparativo anual, o relatório aponta que entre março e abril deste ano o número de devedores teve uma variação mensal de +1,09%, mantendo a trajetória de alta que preocupa o mercado de crédito e cobrança.

Dados em destaque: a profundidade da inadimplência

A inadimplência não está apenas aumentando em volume, mas também em profundidade. O indicador que mais chama atenção no relatório do SPC Brasil é o crescimento expressivo de 46,43% entre os consumidores que estão com dívidas em atraso há 3 a 4 anos — um reflexo direto da dificuldade de recuperação financeira que afeta milhões de brasileiros.

Tempo médio de atraso das dívidas: 27,7 meses, ou seja, mais de 2 anos de dívidas sem quitação.

Essa estatística revela que a inadimplência no Brasil já não é apenas um problema pontual causado por imprevistos. Em muitos casos, ela se transforma em um cenário crônico de exclusão financeira.

Perfil do inadimplente em 2025

A análise demográfica revela um retrato importante para empresas que atuam com concessão de crédito ou recuperação de valores. A maior parte dos inadimplentes está na faixa dos 30 a 39 anos, representando 23,73% do total de negativados.

Outros dados relevantes incluem:

  • Idade média dos inadimplentes: 44,7 anos
  • Participação por gênero:
    👩 Mulheres: 51,11%
    👨 Homens: 48,89%

Esses números mostram que a inadimplência está bem distribuída entre os gêneros, mas é mais frequente em pessoas em plena idade produtiva, com responsabilidades familiares e maior consumo de crédito.

Quanto os brasileiros estão devendo?

Em abril de 2025, cada consumidor inadimplente devia, em média, R$ 4.689,54. Mais do que o valor médio, a quantidade de credores também chama a atenção: 2,18 empresas, em média, por consumidor negativado.

Isso indica que o brasileiro inadimplente, além de dever valores relativamente altos, está comprometido com várias instituições ao mesmo tempo — o que dificulta ainda mais a renegociação e o reequilíbrio financeiro.

Além disso, o relatório revela que:

  • 30,15% dos inadimplentes possuem dívidas de até R$ 500
  • 43,65% devem até R$ 1.000

Ou seja, quase metade das dívidas negativadas são de baixo valor. Isso representa uma oportunidade para empresas de cobrança oferecerem soluções rápidas e acessíveis de regularização.

Por que isso é importante para o mercado?

Com mais de 70,29 milhões de consumidores negativados em abril de 2025, o SPC Brasil estima que 42,36% da população adulta brasileira está inadimplente. Esse percentual reforça a urgência de medidas efetivas de educação financeira, programas de renegociação e uma nova abordagem para o relacionamento com o consumidor inadimplente.

Além do impacto para as famílias, o crescimento da inadimplência compromete a concessão de crédito, o consumo e, por consequência, o crescimento da economia como um todo.

O relatório de abril de 2025 não deixa dúvidas: a inadimplência no Brasil é alta, persistente e complexa. Mas também mostra que há espaço para ações inteligentes e personalizadas, principalmente voltadas para quem tem dívidas pequenas e está mais próximo de regularizar sua situação.

Empresas que investem em abordagens humanizadas, tecnologia de negociação e análise preditiva têm mais chances de recuperar dívidas com eficiência e fortalecer o relacionamento com seus clientes.

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