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Governo e Banco Central trabalham para fomentar o crédito imobiliário no Brasil

O setor imobiliário é um dos pilares da economia brasileira, e o crédito habitacional tem papel fundamental na realização do sonho da casa própria para milhões de famílias. Recentemente, o governo federal e o Banco Central anunciaram que estão intensificando diálogos e estudos para estimular a oferta de crédito para financiamentos imobiliários, diante de mudanças no comportamento dos investidores e desafios no mercado de funding.

Queda na poupança impacta o crédito imobiliário

De acordo com o secretário-executivo do Banco Central, Rogerio Lucca, um dos fatores que vêm afetando o crédito habitacional é a redução no saldo da caderneta de poupança. Tradicionalmente, a poupança é a principal fonte de recursos para os financiamentos imobiliários no país, mas os números mais recentes mostram uma tendência de retração.

Somente em março, foram registrados saques líquidos de R$ 11,5 bilhões. No acumulado de 2024, as retiradas somam expressivos R$ 45,6 bilhões. Esse movimento tem reduzido o volume de recursos disponíveis para crédito habitacional, gerando preocupações para o setor.

Lucca explicou que esse comportamento reflete um amadurecimento financeiro da população brasileira, que tem buscado diversificar suas aplicações. Produtos como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e títulos públicos se tornaram mais atrativos, especialmente com a taxa básica de juros (Selic) ainda em patamares elevados.

Embora esse avanço no conhecimento financeiro da população seja positivo, a consequência direta é a redução do funding disponível para os financiamentos imobiliários, exigindo que o governo e o Banco Central encontrem alternativas para manter o crédito habitacional acessível.

Medidas em estudo para estimular o crédito

Segundo Rogerio Lucca, o Banco Central está debruçado sobre o tema e mantém conversas ativas com o governo e o mercado financeiro. Entre as medidas estudadas, está a possibilidade de aperfeiçoar os processos de concessão de crédito imobiliário e buscar novas formas de funding para os bancos.

Além disso, o BC trabalha na melhoria da qualidade do crédito e na modernização dos sistemas de garantias, o que pode tornar o crédito imobiliário mais seguro e eficiente, beneficiando tanto os bancos quanto os consumidores.

A importância da política monetária e do crédito de qualidade

Outro ponto relevante destacado por Lucca foi a necessidade de tornar mais eficiente o canal de transmissão da política monetária. Ele alertou que, quando esses canais estão “entupidos”, o Banco Central precisa fazer um esforço maior para conter a inflação, o que pode impactar o custo do crédito e o desempenho econômico.

Para melhorar esse cenário, a autarquia aposta na oferta de crédito de melhor qualidade e na criação de sistemas de garantias mais sólidos, o que, além de facilitar a vida do cidadão, também amplia a efetividade das políticas econômicas.

Prioridades do Banco Central Para 2025

O Banco Central também já definiu prioridades para 2025. Entre os temas em destaque estão:

  • A evolução do sistema de portabilidade de crédito, permitindo que os consumidores migrem dívidas entre instituições com mais facilidade e menores custos.
  • A padronização nas concessões de financiamentos, o que pode simplificar o processo e aumentar a segurança jurídica para todas as partes.
  • O avanço da agenda evolutiva do Pix, incluindo funcionalidades como pagamentos agendados, parcelamentos e até o uso do Pix como garantia para operações de crédito.

O esforço conjunto do governo e do Banco Central para fortalecer o mercado de crédito imobiliário é essencial para sustentar o crescimento do setor, garantir o acesso da população à casa própria e manter a estabilidade econômica. Com mudanças no perfil de investimento da população e desafios no funding, essas medidas podem ser decisivas para a retomada e expansão do crédito habitacional no Brasil.

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