Demanda por crédito cresce em abril e é liderada por famílias de baixa renda

A busca por crédito segue em alta no Brasil, com destaque para as famílias de menor poder aquisitivo. Segundo o Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian, abril registrou um crescimento de 5,9% na procura por crédito em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O aumento é puxado principalmente por consumidores com renda de até dois salários mínimos, evidenciando os efeitos da inflação no orçamento familiar.
Os consumidores com renda entre um e dois salários mínimos foram os que mais buscaram crédito em abril, com um crescimento de 8,8%. Logo atrás, estão os brasileiros que recebem até um salário mínimo, cuja alta foi de 8,5%. Esses números mostram como o acesso ao crédito tem sido uma ferramenta para lidar com as pressões financeiras do dia a dia.
Segundo Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, esse movimento está diretamente relacionado ao aumento do custo de vida. “O crédito se torna uma alternativa para manter o consumo básico ou reorganizar dívidas”, explica.
Regiões Norte e Sul lideram crescimento da demanda por crédito
Em termos regionais, todas as Unidades Federativas registraram crescimento na demanda por crédito em março. Os estados com maiores altas foram:
- Amapá: +21,9%
- Amazonas: +21,3%
- Santa Catarina: +20,7%
Esses números indicam uma tendência nacional, mas com destaque para os extremos geográficos do país. Já os menores crescimentos foram registrados em:
- Bahia: +1,3%
- Ceará: +0,6%
- Rio de Janeiro: +0,3%
A disparidade nos dados mostra que, embora a alta na demanda seja generalizada, ela varia bastante conforme o contexto econômico regional.
Crédito como estratégia de sobrevivência financeira
O crescimento na procura por crédito não representa apenas uma vontade de consumir mais, mas sim uma necessidade de sobrevivência para grande parte das famílias. Em um cenário de inflação persistente, contas acumuladas e desemprego, o crédito pessoal surge como uma forma de manter compromissos básicos em dia.
Entretanto, é importante destacar os riscos do endividamento excessivo, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população. O acesso ao crédito precisa vir acompanhado de educação financeira para que essa alternativa não se transforme em um novo problema.