Crédito e Cobrança

Crédito consignado privado desacelera: o que revelam os dados preliminares do Dataprev

A mais recente análise da Ativa Investimentos, baseada em dados preliminares do Dataprev, aponta para uma clara desaceleração nas concessões de crédito consignado no setor privado. Apesar das medidas recentes do governo para impulsionar a modalidade, os números mostram que a economia segue em ritmo moderado, sem sinais de expansão significativa a partir dessa ferramenta de crédito.

Crédito consignado privado: nova modalidade, efeito limitado

De acordo com o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a nova modalidade de crédito consignado implementada pelo governo não gerou um impacto adicional relevante na economia. Segundo ele, ao invés de injetar novos recursos, a nova modalidade apenas substituiu outras formas de crédito já existentes no mercado.

Essa substituição, sem aumento líquido de crédito, reforça a visão de que a medida foi mais redistributiva do que expansiva, não atingindo o objetivo de fomentar o consumo ou dinamizar a atividade econômica de forma significativa.

Queda nos volumes: o sinal da desaceleração econômica

Os dados revelam uma queda constante no volume de crédito consignado privado. Em abril, as concessões somaram R$ 6,36 bilhões. Em maio, esse número caiu para R$ 4,05 bilhões. Já em junho, o valor estimado foi de R$ 3,9 bilhões e, para julho, a expectativa é ainda menor: R$ 3,25 bilhões.

Esse movimento descendente indica que a demanda por esse tipo de crédito está diminuindo, o que pode estar relacionado à menor confiança dos consumidores, aumento do endividamento ou até ao impacto do cenário macroeconômico mais cauteloso.

Impactos para o mercado e projeções futuras

A desaceleração das concessões de crédito consignado privado é mais um indicativo da perda de tração da economia brasileira em 2025. Mesmo com as discussões em torno do chamado “tarifaço” e suas possíveis consequências sobre a inflação e o poder de compra, os dados reforçam a avaliação da Ativa de que a economia está caminhando para um período de desaceleração mais acentuada.

Além disso, a recente decisão do ministro Alexandre de Moraes de validar o decreto do governo sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também pode impactar o custo do crédito e influenciar negativamente o apetite por novas operações financeiras.

Considerações finais

A retração no crédito consignado privado deve ser acompanhada com atenção por empresas, investidores e formuladores de políticas públicas. Mais do que um dado isolado, ela compõe um cenário de enfraquecimento da atividade econômica, exigindo cautela nas projeções para o segundo semestre de 2025. O desafio será criar incentivos que realmente movimentem a economia, sem apenas realocar recursos entre modalidades já existentes.

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Redação Contraponto

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