Crédito consignado como solução para dívidas: o apelo de Haddad aos brasileiros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a chamar atenção para um problema que afeta milhões de brasileiros: o peso das dívidas com juros altos. Em evento recente ao lado do presidente Lula, ele incentivou os trabalhadores com carteira assinada a buscarem alternativas mais baratas, como o crédito consignado CLT, para aliviar o orçamento e sair do ciclo de endividamento.
Em sua fala durante evento do Mercado Livre, em São Paulo, Haddad destacou que muitos brasileiros estão pagando duas a três vezes mais do que o necessário em dívidas de cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos com juros elevados.
Segundo ele, o crédito consignado — especialmente aquele destinado a trabalhadores com carteira assinada — pode cortar essas parcelas pela metade. Isso acontece porque o risco para os bancos é menor, já que o desconto ocorre direto na folha de pagamento. Assim, as taxas de juros também são menores.
“A prestação que você está pagando pode cair pela metade se você usar o crédito consignado, com a garantia do seu salário.” — Fernando Haddad
Juros menores: como os bancos públicos estão liderando
Atualmente, os bancos públicos oferecem o crédito consignado CLT com taxas em torno de 2,5% ao mês. Com a entrada de instituições privadas nesse segmento, a expectativa é que os juros fiquem ainda mais competitivos.
O objetivo do governo é fazer com que mais brasileiros tenham acesso a crédito com condições justas e possam renegociar suas dívidas caras, trocando por alternativas que cabem no bolso.
Reforma do Imposto de Renda: alívio para quem ganha até R$ 5 mil
Além de falar sobre crédito, Haddad reforçou a importância da aprovação da reforma do Imposto de Renda. A proposta isenta completamente do IR os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais, e reduz a carga tributária para quem recebe até R$ 7 mil.
Segundo o ministro, essa economia no bolso do trabalhador pode representar um “décimo quarto salário” ao longo do ano — uma injeção extra de renda para consumo ou para quitar dívidas.
A proposta de reforma inclui também uma compensação fiscal: um mínimo de 10% de IR para brasileiros que ganham mais de R$ 1 milhão por ano (ou R$ 100 mil por mês). De acordo com Haddad, cerca de 140 mil pessoas estão nessa faixa e, atualmente, não pagam imposto como deveriam.
A ideia é que essa cobrança contribua para financiar os benefícios fiscais aos trabalhadores de baixa e média renda, atingindo cerca de 10 milhões de brasileiros.
Um cenário de otimismo econômico
Além das propostas de alívio financeiro, o evento em São Paulo também foi marcado por boas notícias: o Mercado Livre anunciou um investimento de R$ 34 bilhões no Brasil em 2025, 47% a mais que no ano anterior. O anúncio reforça a confiança de grandes empresas na economia brasileira e o potencial de geração de empregos — 14 mil novas vagas estão previstas.
A fala de Haddad não foi apenas um apelo político, mas uma orientação prática para milhões de brasileiros endividados. Trocar dívidas caras por crédito consignado com juros mais baixos pode ser a virada de chave para recuperar o controle financeiro. Somada à possível reforma do Imposto de Renda, essa medida pode representar um novo ciclo de equilíbrio para o trabalhador brasileiro.