CAPACrédito e Cobrança

Brasileiros comprometem quase 10% da renda com juros

Endividamento cresce e juros elevados pressionam orçamento das famílias brasileiras

Em maio, as famílias brasileiras destinaram 9,86% da renda apenas para o pagamento de juros, o maior nível registrado desde 2005, segundo dados do Banco Central (BC). O número revela um cenário preocupante para o orçamento doméstico, marcado pelo alto custo do crédito e pelo aumento das dívidas de curto prazo.

Endividamento das famílias brasileiras atinge patamar crítico

De acordo com o Banco Central, 27,79% da renda familiar está comprometida com amortizações e juros. Desse total, mais de um terço corresponde exclusivamente ao pagamento de taxas, o que mostra como os brasileiros estão gastando mais com encargos financeiros do que com a quitação efetiva de suas dívidas.

Em comparação com os Estados Unidos, onde o índice total é de 8% segundo o Banco de Compensações Internacionais, a situação brasileira evidencia uma discrepância significativa. O custo do crédito no país continua sendo um dos mais altos do mundo, o que limita a capacidade das famílias de reduzir seu endividamento.

Crédito imobiliário tem participação mínima no orçamento

Outro dado relevante levantado pelo Banco Central mostra que apenas 2,13% da renda é destinada ao crédito imobiliário, modalidade que tradicionalmente oferece taxas de juros mais baixas e prazos mais longos.

Por outro lado, quase 26% da renda familiar está direcionada a modalidades mais caras, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais. Isso demonstra que boa parte das famílias brasileiras está recorrendo a formas de crédito com juros elevados, o que potencializa o risco de inadimplência.

Impactos no consumo e na saúde financeira das famílias

O alto comprometimento da renda com juros afeta diretamente a capacidade de consumo e dificulta a organização financeira das famílias. Com parte significativa do orçamento comprometida, sobra menos espaço para investimentos, reservas de emergência e gastos essenciais.

Especialistas recomendam que os consumidores priorizem o pagamento de dívidas com juros mais altos e busquem alternativas de crédito com taxas menores, além de adotarem um planejamento financeiro mais rigoroso para evitar o acúmulo de encargos.

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Redação Contraponto

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