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Banco Inter lança “Sortezinha” e vai na contramão do mercado financeiro

Enquanto bancos como Bradesco e Nubank adotam medidas restritivas contra transferências para sites de apostas, o Banco Inter surpreende o mercado ao lançar a “Sortezinha”, um produto de capitalização com características semelhantes a jogos de azar, muito comuns em cassinos online.

Bradesco e Nubank reforçam posicionamento contra apostas online

Nos últimos meses, instituições financeiras tradicionais como o Bradesco e o Nubank vêm alertando seus clientes sobre os riscos das apostas esportivas. Ao tentar transferir dinheiro para plataformas de “bets”, o usuário é notificado sobre alternativas mais seguras, como investimentos em renda fixa ou fundos de investimento.

A estratégia dessas instituições busca proteger os clientes dos impactos financeiros negativos das apostas, principalmente entre os brasileiros das classes C, D e E, que são os mais atingidos pelas promessas de enriquecimento rápido.

Banco Inter aposta na “Sortezinha”: capitalização ou jogo disfarçado?

Na contramão desse movimento, o Banco Inter, que atualmente possui mais de 36 milhões de contas ativas, anunciou recentemente o lançamento da “Sortezinha”, produto classificado como título de capitalização. No entanto, o formato da iniciativa tem gerado polêmica por se assemelhar a uma espécie de aposta ou “jogo de sorte”.

De acordo com as informações disponíveis no site oficial do banco (confira aqui), o cliente pode concorrer a prêmios ao adquirir o título, mas apenas 50% do valor investido pode ser resgatado, o que levanta dúvidas sobre os reais benefícios dessa modalidade.

Especialistas alertam sobre os riscos da gamificação financeira

Economistas e especialistas em finanças pessoais alertam para os riscos da gamificação de produtos financeiros, especialmente aqueles que incentivam a ilusão de retorno fácil e imediato. A crítica é ainda mais contundente diante do aumento de endividamento e compulsão por apostas observado nas classes menos favorecidas.

Apesar da regulamentação da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), a “Sortezinha” acende um alerta sobre como bancos digitais estão utilizando a tecnologia e o marketing para promover produtos que, embora legalizados, podem se tornar prejudiciais para a saúde financeira dos brasileiros.

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