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Ataque hacker desvia R$ 710 milhões via pix e expõe falhas na segurança digital

Especialistas analisam o impacto do ataque hacker envolvendo o sistema pix e como bancos e fintechs foram afetados

O sistema financeiro brasileiro sofreu mais um grande golpe com um ataque hacker que desviou aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas. A Sinqia, empresa responsável por conectar instituições financeiras ao sistema PIX, confirmou a invasão e destacou que o problema ficou restrito ao seu ambiente operacional.

Apesar da gravidade do incidente, esse não foi o maior ataque hacker envolvendo o PIX. Em julho de 2025, um ataque à C&M Software gerou prejuízos estimados entre R$ 800 milhões e R$ 3 bilhões, sendo considerado o maior cibercrime financeiro já registrado no Brasil. Além disso, o caso do Banco BMP, ocorrido no mesmo mês, também chamou atenção com um desvio de R$ 541 milhões.

Como o ataque hacker à Sinqia aconteceu

De acordo com a Evertec, controladora da Sinqia, o ataque explorou credenciais de fornecedores legítimos de tecnologia da informação (TI), permitindo que os invasores inserissem transações fraudulentas diretamente no ambiente PIX da empresa.

Assim que detectou a atividade suspeita, o Banco Central suspendeu a conexão da Sinqia com a rede do sistema financeiro nacional para impedir que outras instituições fossem afetadas. A Sinqia confirmou que a infraestrutura central do PIX não foi comprometida e que a invasão se limitou ao seu ambiente operacional.

Bancos e fintechs mais afetados

Entre as instituições impactadas, o HSBC foi o mais prejudicado, com cerca de R$ 670 milhões desviados, seguido pela fintech Artta, que sofreu um prejuízo estimado em R$ 41 milhões.

O HSBC declarou que nenhuma conta de clientes foi comprometida, já que as transações ocorreram em um ambiente de um provedor externo. A Artta também informou que o ataque atingiu apenas contas usadas para liquidação interbancária, sem impacto direto nos clientes finais.

Esforços para recuperação dos valores

Segundo o Banco Central, aproximadamente R$ 589 milhões — cerca de 83% do valor total — já foram bloqueados. A Sinqia e a Evertec atuam em parceria com especialistas em cibersegurança para recuperar os valores restantes e reforçar os mecanismos de proteção.

A empresa também está reconstruindo os sistemas afetados em um novo ambiente com monitoramento e controles aprimorados. Antes da retomada completa das operações, o Banco Central revisará e aprovará todas as medidas de segurança implementadas.

O que este caso revela sobre a segurança digital

O episódio evidencia vulnerabilidades críticas na gestão de credenciais de terceiros e reforça a necessidade de fortalecer as práticas de cibersegurança. Entre as principais recomendações estão:

  • Implementar múltiplos fatores de autenticação para fornecedores e colaboradores
  • Monitorar em tempo real transações de alto valor
  • Realizar auditorias periódicas de credenciais e acessos
  • Investir em planos robustos de resposta a incidentes para reduzir impactos

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Impacto no pix e próximos passos

Apesar do ataque, o sistema central do PIX segue seguro e operando normalmente. A Sinqia, o HSBC, a Artta e o Banco Central continuam colaborando para concluir as investigações e reforçar a proteção do ambiente financeiro.

O caso, somado aos incidentes da C&M Software e do Banco BMP, demonstra que os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados e exige das instituições financeiras investimentos constantes em tecnologia, monitoramento e prevenção de fraudes.

Redação Contraponto

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