CAPACrédito e Cobrança

Alta da Selic: como a nova taxa de juros ameaça o caixa das pequenas e médias empresas

A recente elevação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 0,5 ponto percentual trouxe um alerta importante para os empreendedores brasileiros: o crédito está mais caro e manter a saúde financeira do negócio exigirá ainda mais estratégia.

O impacto direto da Selic no custo do crédito

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve de referência para diversas operações de crédito. Quando ela sobe, os financiamentos — como capital de giro e crédito rotativo — também se tornam mais onerosos. Para pequenas e médias empresas (PMEs), que frequentemente dependem dessas modalidades para manter o fluxo de caixa, o aumento representa um grande desafio.

Empresários com margens apertadas e alta rotatividade financeira são os primeiros a sentir os efeitos. Com juros maiores, o acesso ao crédito fica limitado e mais caro, pressionando ainda mais o orçamento mensal e aumentando o risco de inadimplência.

Crédito caro e de curto prazo: um risco real

De acordo com o economista Noé Santiago, CEO da fintech ANIDEA, operar com crédito rotativo ou capital de giro tradicional em tempos de alta dos juros é um erro comum — e perigoso. Segundo ele, é essencial revisar a estrutura de endividamento e buscar alternativas que ofereçam melhores condições financeiras.

“A tendência é que o custo do capital continue subindo. Quem não alongar suas dívidas vai sentir isso direto no caixa”, alerta Santiago.

Crédito com garantia de imóvel: uma saída estratégica

Uma alternativa que tem ganhado força é o crédito com garantia de imóvel. Esse modelo permite taxas de juros mais baixas e prazos mais longos de pagamento, o que proporciona alívio no fluxo de caixa e maior previsibilidade para o empreendedor.

Segundo Santiago, essa linha de crédito tem crescido no Brasil justamente por seu potencial estratégico. “O empresário que entende a lógica do custo do capital está migrando para estruturas mais inteligentes, que preservam o caixa e aumentam a competitividade”, afirma.

Crédito deve ser parte do planejamento financeiro

Um dos erros mais comuns em momentos de crise é tratar o crédito como um recurso emergencial. Em vez disso, especialistas recomendam que ele seja incorporado ao planejamento financeiro de longo prazo. Isso significa escolher as linhas de crédito mais adequadas, renegociar dívidas sempre que possível e monitorar de perto o impacto das taxas de juros sobre o negócio.

Juros altos exigem gestão financeira inteligente

Com a perspectiva de manutenção — ou até novos aumentos — da Selic nos próximos meses, as PMEs precisam agir de forma proativa. Buscar soluções financeiras estruturadas, como o crédito com garantia, pode ser a diferença entre sobreviver ou encerrar as atividades.

“O crédito mal gerido, em um cenário de juros altos, não é apenas ineficiente — é perigoso”, conclui Santiago.

Redação Contraponto

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