63% dos empréstimos do Crédito do Trabalhador vão para quem ganha até 4 salários mínimos

O Crédito do Trabalhador tem mudado a lógica dos empréstimos bancários no Brasil. Com taxas mais acessíveis e foco na inclusão financeira, o programa já movimentou R$ 15,9 bilhões desde março de 2025, beneficiando mais de 2,6 milhões de trabalhadores. A maioria dos contratos foi feita por quem ganha até quatro salários mínimos, demonstrando o foco na população de baixa renda.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 62,61% das operações foram realizadas por trabalhadores com renda mensal de até quatro salários mínimos. Esse grupo contratou cerca de R$ 7 bilhões no período entre 21 de março e 9 de junho.
A faixa de renda entre 4 e 8 salários mínimos representa 18,82% do total contratado, enquanto os trabalhadores que ganham acima de 8 salários somam 18,57% dos contratos. Os dados demonstram o caráter inclusivo do programa, diferente do antigo consignado, que beneficiava majoritariamente quem tinha salários mais altos.
Programa foca em trabalhadores com maior tempo de empresa
O levantamento também revela uma correlação entre o tempo de vínculo empregatício e o acesso ao crédito. Trabalhadores que recebem entre 1 e 2 salários mínimos têm, em média, 119 meses de empresa. Para quem ganha de 2 a 4 salários, a média sobe para 155 meses. Já aqueles com remuneração acima de 8 salários chegam a 192 meses de vínculo.
Esse critério mostra que a estabilidade no emprego é um fator relevante na concessão dos empréstimos, funcionando como um indicativo de menor risco para as instituições financeiras.
Valor médio do empréstimo varia com a renda
A média dos valores contratados também acompanha a faixa salarial. Trabalhadores que ganham até dois salários mínimos tomaram empréstimos médios de R$ 3.391,60. Já os que recebem mais de oito salários contrataram valores médios de R$ 9.079,23.
Apesar disso, a média nacional gira em torno de R$ 5.958,78 por trabalhador, com o Distrito Federal liderando o ranking de maior valor médio por contratação: R$ 7.716,02.
Juros em queda e medidas contra abusos
A taxa média de juros do Crédito do Trabalhador caiu para 3,47% ao mês. Ainda assim, o Ministério do Trabalho e Emprego pretende reduzir ainda mais esse índice e impedir a cobrança de taxas abusivas. Como o crédito tem garantias vinculadas ao FGTS e à multa rescisória, a expectativa é que os juros continuem em trajetória de queda.
O presidente Lula afirmou, durante o lançamento do programa, que a iniciativa visa proteger os trabalhadores das “taxas extorsivas” praticadas por bancos e agiotas. Agora, segundo ele, é possível contratar crédito mais barato para investir em melhorias reais na vida das pessoas, como moradia, saúde e educação.
Estados com maior volume de contratações
Os estados com maior volume de crédito contratado somam, juntos, mais de R$ 12 bilhões. São eles:
- São Paulo: R$ 4,5 bilhões
- Rio de Janeiro: R$ 1,3 bilhão
- Minas Gerais: R$ 1,3 bilhão
- Paraná: R$ 1 bilhão
- Rio Grande do Sul: R$ 1 bilhão
- Bahia: R$ 710 milhões
- Santa Catarina: R$ 699 milhões
- Goiás: R$ 557 milhões
- Pará: R$ 551 milhões
- Ceará: R$ 473 milhões
Esse panorama reforça o alcance nacional do programa, com impacto relevante também nas regiões Norte e Nordeste.