Com 70 milhões de brasileiros sem acesso a crédito, nano-empréstimo se consolida como alternativa
Inclusão financeira e inovação tecnológica transformam o nano-crédito em solução para milhões de brasileiros fora do sistema bancário

Em maio de 2025, o Brasil registrou aproximadamente 70,73 milhões de pessoas negativadas ou sem acesso a crédito formal, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O dado escancara a exclusão financeira e mostra como a falta de acesso a recursos impacta diretamente o consumo, o empreendedorismo e a mobilidade social.
O desafio da exclusão financeira no Brasil
A realidade financeira da população de baixa renda ainda é marcada por barreiras estruturais. Milhões de brasileiros não conseguem crédito por falta de histórico, baixa pontuação em scores tradicionais ou ausência de garantias compatíveis. Esse cenário reforça as desigualdades sociais e limita o potencial de crescimento econômico do país.
Nano-empréstimo como ferramenta de inclusão
O nano-empréstimo surge como alternativa viável para quem está fora do sistema bancário tradicional. A proposta é oferecer crédito de valores reduzidos, mas com impacto significativo na vida dos consumidores. Seja para custear necessidades imediatas, investir em pequenos negócios ou construir um histórico de crédito confiável, essa modalidade está ganhando espaço como solução inclusiva e sustentável.
De acordo com Rafa Cavalcanti, CEO da fintech CloQ, o setor privado tem papel essencial na democratização do acesso ao crédito. Para ele, não basta olhar apenas para o score tradicional, mas sim criar metodologias mais justas que reflitam a realidade dos brasileiros.
Tecnologia como aliada da equidade financeira
A inovação tecnológica é peça-chave nesse processo. Ferramentas de verificação de identidade digital, análise de comportamento de consumo e algoritmos inteligentes permitem avaliar a capacidade de pagamento além dos modelos bancários tradicionais.
Quando aplicadas de forma responsável, essas soluções ampliam o acesso ao crédito, facilitam a formalização de pequenos empreendedores e ajudam a transformar invisíveis financeiros em protagonistas da economia.
Colaboração público-privada para ampliar oportunidades
Embora o setor privado lidere iniciativas de nano-crédito, a inclusão financeira em larga escala depende da união entre empresas, instituições financeiras e poder público. Políticas de incentivo, programas de educação financeira e parcerias com fintechs são caminhos para integrar milhões de pessoas ao sistema monetário, reduzindo desigualdades e impulsionando o desenvolvimento sustentável.
Equidade financeira como investimento no futuro
A promoção da equidade financeira não deve ser tratada como caridade, mas como investimento estratégico. Quanto mais pessoas participam ativamente da economia, mais o mercado se fortalece. Para as empresas, oferecer crédito de forma inclusiva significa expandir sua base de clientes e contribuir para um ciclo virtuoso de crescimento.
O nano-empréstimo, nesse contexto, se consolida não apenas como solução imediata, mas como um pilar para um futuro financeiro mais justo, inovador e acessível.