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Economia brasileira perde fôlego e prévia do PIB recua em outubro, aponta Banco Central

IBC-Br indica desaceleração da atividade econômica sob efeito dos juros elevados

A economia brasileira deu mais um sinal de desaceleração no segundo semestre. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, conhecido como IBC-Br e amplamente utilizado como uma prévia do Produto Interno Bruto, registrou queda de 0,2% em outubro na comparação com setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

No acumulado do trimestre, o indicador também apresentou retração de 0,2%, reforçando a percepção de perda de ritmo da atividade econômica em um cenário marcado por juros elevados e maior restrição ao crédito.

Agropecuária e indústria puxam recuo no trimestre

Na análise trimestral com ajuste dessazonalizado, os setores de agropecuária e indústria foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do IBC-Br. A atividade agropecuária recuou 1,9%, enquanto a indústria apresentou queda de 0,8% no período.

O resultado reflete um ambiente menos favorável para a produção, impactado por custos financeiros mais altos, menor apetite por investimentos e condições de crédito mais restritivas, especialmente para empresas de menor porte.

Serviços mostram resiliência, mas perdem força no mês

O setor de serviços, que tem maior peso na composição do PIB, apresentou estabilidade na leitura trimestral do IBC-Br. No entanto, quando observada a variação mensal dessazonalizada, os serviços recuaram 0,2% em outubro, indicando que o segmento também começa a sentir os efeitos da desaceleração econômica.

Ainda no comparativo mensal, a indústria voltou a registrar retração de 0,7%, enquanto a agropecuária avançou 3,1%, movimento que ajudou a suavizar parcialmente a queda do indicador no mês.

Juros elevados seguem como principal fator de pressão sobre a atividade

Na avaliação da equipe econômica, o comportamento do IBC-Br reflete diretamente o impacto da taxa básica de juros no atual ciclo econômico. A Selic permanece em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, o que encarece o crédito, desestimula o consumo e reduz a capacidade de investimento de empresas e famílias.

Esse ambiente de juros elevados tem sido apontado como um dos principais freios ao crescimento, sobretudo em setores mais dependentes de financiamento, como indústria, construção e agronegócio.

Governo projeta crescimento menor do PIB em 2025

Apesar do resultado negativo da prévia do PIB, o Ministério da Fazenda mantém a projeção de crescimento econômico de 2,2% para 2025. Caso o número se confirme, a expansão será inferior à registrada em 2024, quando a economia brasileira cresceu 3,4%.

A desaceleração esperada reforça o entendimento de que o país atravessa um período de ajuste, no qual o controle da inflação e a política monetária restritiva seguem impactando diretamente o ritmo da atividade econômica.

Redação Contraponto

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