CAPACrédito e Cobrança

Telecom, regulamentações e acionamentos ao cliente

No episódio 162 do podcast ContraPonto, Pedro Felipe e Marcos Guerra recebem Guilherme Sirna para uma conversa franca e provocadora sobre as novas regras da Anatel e o impacto real que elas têm causado nas operações de cobrança e no relacionamento com o consumidor.

Logo de início, os apresentadores destacam que o tema pode incomodar, mas precisa ser debatido. A frase “se a gente enche o saco ou não, é por conta de pessoas que não querem discutir sobre o assunto” já antecipa o tom direto e transparente da conversa.

O impacto das novas regras da Anatel nas operações de cobrança

Desde 2022, diversas normas regulatórias da Anatel começaram a transformar profundamente o cenário de telecomunicações e cobrança no Brasil. Guilherme relembra que, com a chegada do famoso código 0303 e outras exigências, o setor foi pego de surpresa por um ambiente incerto e de difícil adaptação.

Entre os principais pontos debatidos estão:

  • Limites de tentativas de contato: Casos extremos como 200 ligações no mesmo dia a um cliente foram usados para ilustrar a necessidade de discagem inteligente, substituindo a quantidade pela qualidade.
  • Obrigatoriedade de reportar à Anatel: Hoje, as operadoras precisam prestar contas constantes, o que impõe mais rigor e planejamento nas campanhas de cobrança.
  • Período nebuloso até a regulamentação completa: A demora na implementação clara de ferramentas como o STIR/SHAKEN (steer shake) gerou confusão, exigindo que o mercado operasse “no escuro” durante um bom tempo.

Smart Data: a resposta da inteligência à burocracia

Durante o papo, Guilherme compartilhou um dos cases de maior orgulho da sua carreira: o desenvolvimento da solução Smart Data, que lhe rendeu um prêmio no CMS 2022. Segundo ele, a iniciativa surgiu da necessidade de tratar grandes volumes de dados com inteligência, otimizando a abordagem ao consumidor e reduzindo atrito.

O Smart Data trabalha com três pilares principais:

  1. Concentração de informações relevantes
  2. Segmentação de clientes
  3. Educação e conscientização do operador de cobrança

É uma tecnologia que alia Big Data e conhecimento do comportamento do consumidor, provando que é possível inovar dentro de um ambiente regulado.

O desafio do STIR/SHAKEN e a baixa adesão tecnológica

Guilherme também abordou as limitações práticas da nova tecnologia de autenticação de chamadas — conhecida como STIR/SHAKEN — que ainda enfrenta sérios obstáculos:

  • Baixa compatibilidade com aparelhos: Celulares como iPhones não identificam bem as chamadas autenticadas.
  • Necessidade de estar em redes específicas: Em muitos testes, apenas 35% das chamadas foram identificadas corretamente.
  • Mercado ainda despreparado: Tanto operadoras quanto o público final ainda não têm clareza total sobre a funcionalidade e benefícios da ferramenta.

Apesar das boas intenções da regulamentação, a tecnologia precisa evoluir para ser verdadeiramente útil.

Um recado para o mercado: é hora de evoluir com estratégia

O episódio não se limitou à crítica. Pelo contrário, trouxe insights valiosos para empresas que atuam com cobrança ativa:

  • Inteligência de discagem é essencial: Não adianta mais ligar 100 vezes — é preciso ligar na hora certa, com a mensagem certa.
  • Respeito à regulação com inovação: Soluções como o Smart Data mostram que é possível atuar dentro da lei e ainda assim obter resultados melhores.
  • Relacionamento com o cliente é tudo: Cobrar não é mais impor, mas negociar com empatia e tecnologia.

Assista ao episódio completo no YouTube

Quer ouvir essas ideias diretamente de quem está transformando o setor? Clique no link abaixo e assista ao episódio completo com Guilherme Sirna:

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