CAPACrédito e Cobrança

O Futuro das Transações Bancárias no Brasil: Reflexões da Pesquisa FEBRABAN 2025

Estamos diante de uma revolução silenciosa que redefine o modo como pessoas e empresas interagem com o sistema financeiro no Brasil. A 33ª edição da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária (2025 – Vol. 2), conduzida pela Deloitte, escancara um cenário em que a transformação digital não é mais promessa, mas realidade consolidada. A partir de dados fornecidos por 17 bancos que representam 80% dos ativos bancários do país, o estudo nos convida a refletir sobre um setor que caminha para ser, mais do que nunca, um parceiro estratégico do cliente.

O mobile banking como protagonista

Um dos pontos altos do estudo é o protagonismo absoluto do mobile banking (banco móvel ou Aplicativo Celular). Em 2024, 75% das transações bancárias foram realizadas pelo celular, com um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Isso representa mais de 208 bilhões de transações, com destaque para o Pix, que atingiu quase 25 bilhões de operações através do celular, um aumento de 41%. Esses números mostram que o celular se tornou o verdadeiro “hub” das finanças pessoais e corporativas, seja para o consumidor final, seja para os pequenos e grandes negócios.

O comportamento do cliente, cada vez mais digital, impulsiona bancos como Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil (instituições mencionadas na pesquisa) a repensar suas plataformas e estratégias. Hoje, 78% dos clientes classificados como heavy users (usuários pesados) realizam mais de 80% das suas transações no mobile, um salto significativo na jornada digital.

Open Finance: o dado como ativo estratégico

O avanço do Open Finance também chama atenção. O volume de chamadas de APIs mais do que dobrou (+116%), e o número de consentimentos ativos para transmissão de dados superou os de recepção, refletindo a busca do cliente por instituições que entreguem experiências mais completas e personalizadas. Isso abre espaço para que os bancos se tornem verdadeiros “agregadores financeiros”, funcionando como um cockpit da vida financeira do usuário.

POS e pagamentos por aproximação: a nova norma

No comércio, a pesquisa mostra que as transações por aproximação (tanto no crédito quanto no débito) ultrapassaram pela primeira vez a inserção do cartão nas maquininhas (POS). Além disso, o Pix nos POS teve o maior crescimento percentual: 69%. Isso evidencia o quanto o mercado e o consumidor valorizam agilidade, segurança e conveniência no checkout.

Seguro e marketplace: além da transação

Outro dado interessante é o avanço do bancassurance. O mobile banking se tornou o segundo principal canal para contratação de seguros, crescendo 64% em um ano. Com 69% dos bancos já oferecendo ao menos uma cotação digital, o desafio agora é equilibrar conveniência e consultoria especializada, especialmente para produtos mais complexos.

Paralelamente, os marketplaces bancários ganham força, com 58% dos bancos oferecendo essa funcionalidade e um aumento de 24% no número de clientes que transacionam nesses ambientes. Cashback (Reembolso), descontos e programas de fidelidade são os principais atrativos.

RPA e IA: muito além do banco

O que os bancos já fazem em larga escala com automatização de processos (RPA) e uso de inteligência artificial (IA) para personalizar experiências precisa ser prioridade em outros setores. Empresas que adotam RPA conseguem reduzir erros, acelerar operações e liberar times para focar no que importa. Já a IA, quando aplicada ao atendimento (chatbots, assistentes virtuais, análise preditiva), transforma dados em ações, e ações em diferencial competitivo.

Comunicação: SMS e WhatsApp como aliados estratégicos

Se o celular é o novo banco, SMS e WhatsApp são os gerentes de relacionamento. Os bancos utilizam esses canais para alertas, notificações, cobranças e até autenticações e isso pode ser aplicado em qualquer empresa. São ferramentas simples, acessíveis e que ampliam o engajamento, melhoram a experiência do cliente e fortalecem o relacionamento.

Reflexão final: para onde vamos?

O estudo da FEBRABAN e Deloitte nos mostra que a tecnologia é o caminho. O diferencial está em transformar dados em jornadas personalizadas, seguras e integradas. As instituições que entenderem isso acompanharão o ritmo do mercado e irão liderar a próxima fase da evolução financeira no Brasil.

Convido você a acessar a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2025 e refletir sobre o impacto dessas mudanças na sua empresa e na sua vida financeira. Estamos diante de um setor em franca reinvenção e as decisões que tomarmos agora definirão o relacionamento financeiro do futuro.

A pesquisa completa você encontra AQUI!

Tiago Sanches

Tiago Sanches é formado em Gestão Comercial, com MBA em Liderança e Coaching pela Uninter e formação internacional em Jornada do Cliente pela WCES. Com mais de 12 anos de experiência em vendas B2B, conecta clientes às soluções da empresa, superando metas e fortalecendo a base de clientes. Focado em crescimento sustentável e transformação digital, otimiza processos e eleva a satisfação dos clientes. Sua experiência permite liderar equipes com eficiência, sempre impulsionando inovação e excelência em tecnologia de atendimento.

Artigos relacionados