CAPACrédito e Cobrança

Micro e pequenas empresas sofrem com alta inadimplência em 2025

As micro e pequenas empresas (MPEs) enfrentam um cenário cada vez mais desafiador em 2025. Segundo dados da Serasa Experian, 7,2 milhões de MPEs estavam inadimplentes em maio, o que representa um crescimento de 147 mil em relação a abril e um salto de 791 mil na comparação com o mesmo período de 2024.

Essa elevação reflete o acúmulo de dívidas e as dificuldades de gestão financeira em um ambiente de juros elevados, crédito mais restrito e redução no consumo. Em média, cada empresa inadimplente possui sete registros negativos em seu CNPJ, o que evidencia a complexidade para regularizar sua situação.

Principais setores impactados

O setor de serviços lidera o ranking da inadimplência entre as MPEs, concentrando 54,4% dos registros. Em seguida aparecem o comércio (35,5%) e a indústria (8,2%). Esses segmentos são extremamente sensíveis às variações de demanda e ao acesso ao crédito, especialmente em cenários de retração econômica.

As empresas de menor porte, por dependerem de capital de giro para manterem suas operações, são as mais afetadas pelas condições financeiras adversas. Além disso, enfrentam mais barreiras na obtenção de crédito com taxas competitivas, o que acaba levando à utilização de linhas de crédito caras e com prazos curtos.

Cresce a busca por crédito, mas com condições desfavoráveis

Mesmo diante da alta inadimplência, as MPEs têm buscado alternativas de crédito. Em maio, a demanda por crédito cresceu 16,7% em comparação com o mesmo mês de 2024. Porém, com menos opções disponíveis, a maior parte dessas empresas acaba recorrendo a produtos padronizados, com altas taxas de juros e baixa flexibilidade de pagamento.

Esse ciclo de endividamento sem renegociação eficaz ou planejamento financeiro consistente contribui para a manutenção da inadimplência em níveis elevados e para a fragilidade de negócios que, muitas vezes, operam com margens apertadas.

Necessidade de soluções personalizadas e educação financeira

O cenário de 2025 reforça a importância de políticas públicas e soluções privadas que ofereçam educação financeira, acesso a crédito estruturado e alternativas de renegociação. Também é essencial o uso de dados para avaliação precisa do risco e para criação de produtos financeiros que atendam às necessidades reais das MPEs.

Sem esse suporte, muitas empresas continuarão presas em um ciclo vicioso de inadimplência, afetando negativamente a geração de empregos, o pagamento de tributos e a dinâmica econômica local.

Redação Contraponto

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