Indenizações em seguro de crédito disparam 220% no primeiro semestre
Aumento expressivo de sinistros no agronegócio e alta dos juros pressionam seguradoras e empresas

O mercado de seguros de crédito interno, responsável por proteger empresas contra inadimplência e quebras de contratos comerciais, registrou um crescimento impressionante de 220,8% nas indenizações pagas no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2024. Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), foram desembolsados R$ 831,3 milhões em indenizações de janeiro a junho, enquanto a arrecadação caiu 3%, somando R$ 960,5 milhões.
Impacto do agronegócio nos sinistros
De acordo com Tales Paschoalin, vice-presidente da Comissão de Riscos de Crédito e Garantia da FenSeg, entre 70% e 80% dos sinistros estão ligados ao agronegócio. A volatilidade cambial e a queda nos preços das commodities reduziram a margem de exportadores, aumentando os riscos de inadimplência. Além disso, os altos juros no Brasil encareceram o capital de giro, dificultando a saúde financeira de empresas endividadas.
Dificuldades enfrentadas por pequenos e médios negócios
O cenário não se restringe às grandes exportadoras. Pequenos e médios produtores rurais e empresas de menor porte também recorreram às apólices de seguro de crédito. As principais causas foram quebras de safra, restrição ao crédito bancário e atrasos na cadeia de pagamentos. Esse conjunto de fatores ampliou a pressão sobre as seguradoras, que precisaram honrar volumes expressivos de indenizações.
Tendência de revisão nas políticas das seguradoras
Diante desse aumento considerável nas indenizações, a expectativa é que as seguradoras revisem preços e critérios de subscrição. Esse movimento tende a tornar as apólices mais seletivas e possivelmente mais caras. Por outro lado, as empresas precisarão buscar alternativas que garantam liquidez e previsibilidade em suas operações, de forma a se protegerem em um ambiente econômico desafiador.