Crédito e Cobrança

Inadimplência deve crescer até o fim do ano, aponta pesquisa do Ibevar e FIA

O cenário de crédito no Brasil continua desafiador. Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) em parceria com a FIA Business School projeta crescimento na taxa de inadimplência para pessoas físicas até o final do ano. O levantamento, divulgado trimestralmente, traz um alerta importante para o mercado financeiro, varejo e para os próprios consumidores.

Segundo a projeção, a inadimplência com recursos livres deve atingir 6,58% em outubro de 2025, enquanto a inadimplência total deve chegar a 4,43%. Os dados refletem um movimento de alta que tem preocupado especialistas e reforça a necessidade de atenção redobrada por parte das instituições financeiras e dos gestores de crédito.

O que é inadimplência com recursos livres

A inadimplência com recursos livres refere-se a atrasos nos pagamentos de empréstimos em que o consumidor escolhe livremente a finalidade do crédito — como crédito pessoal, cheque especial ou cartão de crédito. Esse tipo de operação geralmente envolve taxas de juros mais altas e menos garantias, o que eleva o risco para os credores.

Já a inadimplência total engloba todos os tipos de operações de crédito, incluindo financiamentos com garantias, como imóveis e veículos. Por isso, sua taxa costuma ser menor do que a de recursos livres.

Fatores que explicam o aumento da inadimplência

O crescimento da inadimplência está ligado a diversos fatores econômicos e comportamentais, entre eles:

  • Juros elevados: Com a Selic em patamar elevado, o custo do crédito aumenta, tornando os compromissos mais pesados para o orçamento familiar.
  • Inflação e perda de poder de compra: A alta nos preços dos alimentos, combustíveis e serviços pressiona a renda, dificultando o pagamento de dívidas.
  • Desemprego ou subemprego: A instabilidade no mercado de trabalho afeta diretamente a capacidade de pagamento do consumidor.
  • Endividamento excessivo: Muitas famílias já comprometem grande parte da renda com dívidas, especialmente no cartão de crédito e no crédito pessoal.

Impactos para o mercado e para o consumidor

Para o mercado, o aumento da inadimplência exige maior rigor na concessão de crédito, o que pode restringir o acesso a financiamentos, principalmente para os consumidores de maior risco. Além disso, os bancos e fintechs precisam reforçar suas estratégias de recuperação de crédito e análise de risco, adotando ferramentas mais sofisticadas, como inteligência artificial e análise comportamental.

Já para o consumidor, o alerta é claro: organização financeira e renegociação de dívidas são essenciais para evitar consequências mais graves, como negativação do nome, perda de crédito e juros ainda mais altos em futuras operações.

Prevenção e educação financeira como aliados

Diante do cenário projetado, cresce a importância de investir em educação financeira para evitar o superendividamento. Muitas vezes, o problema não está apenas na renda, mas na gestão inadequada do orçamento doméstico. A criação de uma reserva de emergência, o controle de gastos e o planejamento das compras são medidas que ajudam a manter as finanças sob controle, mesmo em tempos de crise.

Redação Contraponto

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