Governo do Brasil lança plataforma de crédito verde para impulsionar pequenos negócios
Nova ferramenta digital facilita acesso a financiamentos sustentáveis com juros reduzidos e capacitação para empreendedores

O Governo do Brasil apresentou, durante a COP30 em Belém, o Empreender Clima, uma plataforma digital inédita que oferece crédito verde com juros reduzidos e apoio técnico para micro e pequenos empreendedores. A iniciativa marca um avanço significativo na democratização do financiamento climático ao reunir, em um único ambiente, conteúdo de capacitação, mapeamento de oportunidades e acesso facilitado ao Fundo Clima.
Criado para fortalecer o empreendedorismo sustentável no país, o Empreender Clima permite que qualquer pequeno negócio gere gratuitamente um pré-enquadramento no Fundo Clima em menos de dez minutos. A solução funciona como uma ponte entre as exigências técnicas do financiamento e a realidade dos pequenos empreendedores, que até então enfrentavam obstáculos para apresentar projetos formalizados.
Como funciona o crédito verde com juros reduzidos
Uma das maiores vantagens da plataforma é a oferta de crédito verde com taxas de juros que começam em 4,4% ao ano e possibilidade de financiamento de até 100% de projetos sustentáveis. Mesmo em um cenário de Selic elevada, os pequenos negócios passam a ter acesso a condições financiáveis antes restritas a grandes empresas.
Segundo o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, o objetivo é colocar o pequeno empreendedor no centro da transição ecológica ao combinar crédito barato, tecnologia e capacitação. A iniciativa representa uma nova etapa da política de crédito produtivo no país ao vincular o ecossistema de financiamento climático às necessidades reais da base produtiva.
Condições flexíveis para diferentes setores e projetos
Os financiamentos do Fundo Clima incluem prazos longos e condições de pagamento adaptadas ao tipo de projeto. A plataforma abrange oito setores estratégicos, como energia, agricultura, logística, construção civil e gestão de resíduos. Entre as condições disponíveis estão:
- Projetos de mobilidade urbana e transporte coletivo com prazo de até 25 anos e carência de até 5 anos
- Iniciativas de florestas nativas e recursos hídricos com até 25 anos de prazo e até 8 anos de carência
- Energia eólica com até 24 anos de financiamento e 6 anos de carência
- Ações de transição energética e indústria verde com prazos de até 16 anos
- Projetos de desenvolvimento urbano resiliente com 16 anos de prazo e 5 anos de carência
Essas condições ampliadas fornecem o tempo necessário para que empreendedores e gestores públicos planejem e consolidem seus investimentos em soluções sustentáveis.
Como a plataforma quebra barreiras históricas para pequenos empreendedores
Embora iniciativas como coleta seletiva, energia limpa e preservação da biodiversidade já fossem financiáveis pelo Fundo Clima, muitos pequenos negócios eram impedidos de acessar o crédito devido à falta de conhecimento técnico para estruturar projetos. Com o Empreender Clima, esse obstáculo é reduzido significativamente.
A plataforma oferece ferramentas que permitem ao empreendedor montar seus pré-projetos conforme os critérios técnicos exigidos, sem a necessidade de contratar consultorias externas. O ambiente digital inclui:
- Cursos de formação em empreendedorismo climático
- Mapa do ecossistema de negócios verdes
- Catálogo de instrumentos financeiros
- Serviço de pré-enquadramento para o Fundo Clima
Ao simplificar o processo, o governo abre caminho para que o crédito climático deixe de ser uma exclusividade de grandes corporações e alcance quem realmente move a economia: micro e pequenos negócios em todo o Brasil.
Conexão entre sustentabilidade, inclusão produtiva e desenvolvimento regional
Além do lançamento do Empreender Clima, o Ministério participou da COP30 promovendo iniciativas relacionadas à bioeconomia, financiamento climático e inclusão produtiva. No Espaço da Biodiversidade, produtos de cooperativas femininas e artesanato sustentável foram destaque, reforçando a importância das economias regionais na construção de um país mais verde e competitivo.
A presença em painéis internacionais também fortalece o posicionamento do Brasil como líder em inovação climática, ao mesmo tempo em que valoriza empreendedores locais que buscam oportunidades para crescer com responsabilidade ambiental.






