Estoque de crédito tem maior alta mensal de 2025 em setembro

O estoque total de crédito no Brasil alcançou R$ 6,844 trilhões em setembro, registrando um aumento de 1,1% em relação a agosto, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Esse foi o maior crescimento mensal do ano de 2025, superando os desempenhos anteriores e marcando o ritmo mais forte desde dezembro de 2024, quando o avanço havia sido de 1,5%.

O resultado reflete a expansão nas concessões de crédito com recursos livres, especialmente nas modalidades voltadas ao consumo e ao crédito consignado privado, que vêm ganhando destaque desde o lançamento do programa Crédito do Trabalhador.

Estoque de crédito acumula crescimento no ano

No acumulado de 2025, o saldo total das operações de crédito apresentou alta de 5,9%, enquanto em 12 meses o avanço foi de 10,1%. Esses números indicam uma retomada gradual do apetite ao crédito, acompanhada de uma melhora na confiança do consumidor e de um aquecimento das concessões às pessoas físicas e jurídicas.

Com o controle da inflação e a expectativa de redução dos custos de financiamento, o ambiente macroeconômico tem favorecido uma demanda mais equilibrada por crédito, embora os juros ainda permaneçam em patamares elevados em algumas modalidades.

Recursos livres e consignado puxam o avanço

As operações com recursos livres – aquelas em que as instituições financeiras têm autonomia para definir taxas e prazos – continuam sendo o principal motor do crescimento do crédito. Esse segmento inclui linhas como crédito pessoal, financiamento de veículos e cartão de crédito, que registraram aumento significativo em setembro.

Outro fator relevante é a expansão do crédito consignado privado, que cresceu 5,5% no mesmo período, impulsionado pelo Crédito do Trabalhador. Essa modalidade vem atraindo cada vez mais profissionais do setor privado, com maior segurança de pagamento e condições mais previsíveis, apesar da elevação recente das taxas médias de juros.

Perspectivas para o mercado de crédito em 2025

A tendência para os próximos meses é de crescimento moderado, conforme as instituições financeiras se ajustam a novas regulamentações e à evolução da política monetária. Especialistas apontam que, com o avanço de iniciativas voltadas à educação financeira e digitalização dos serviços bancários, o sistema de crédito brasileiro deve manter um ritmo sustentável de expansão até o fim do ano.

Para o Banco Central, os resultados reforçam a importância de políticas que estimulem a concorrência entre os bancos, promovendo melhores condições para os consumidores e redução gradual dos custos de crédito no médio prazo.