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Crédito privado em alta em 2025: oportunidades em meio ao cenário desafiador

O crédito privado vem ganhando força em 2025, impulsionado por juros ainda elevados, demanda por segurança e estabilidade regulatória. Um relatório recente da XP, intitulado “De frente com as gestoras – O que esperar dos fundos de crédito em 2025”, revela as principais tendências e oportunidades no mercado, mesmo diante das incertezas econômicas globais.

Neste artigo, você vai entender por que o crédito privado está em evidência, quais estratégias se destacam e como os investidores podem aproveitar o momento com segurança e diversificação.

Juros altos e busca por segurança: fatores que sustentam o crédito privado

Com a taxa Selic ainda em patamares elevados, o apelo da renda fixa se mantém forte. Investidores buscam alternativas seguras e rentáveis — e o crédito privado surge como um dos caminhos mais promissores.

Segundo a XP, há um movimento crescente de preferência por ativos de alta qualidade, especialmente estruturados, como os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que captaram cerca de R$ 80 bilhões nos últimos 12 meses.

A ascensão do crédito estruturado

A análise aponta um consenso entre as gestoras ouvidas no relatório: o crédito estruturado será protagonista em 2025. Gestoras como Capitânia, JGP, Valora e JiveMaua acreditam que os fundos com prazos mais longos e estratégias sofisticadas tendem a gerar alpha, ou seja, retorno acima do CDI.

Esses fundos aproveitam janelas de oportunidade, como a reabertura dos spreads de crédito — ou seja, o aumento da diferença entre o custo de captação das empresas e o retorno ao investidor — o que exige maior seletividade na originação dos ativos.

Fundos High Yield: retorno maior com risco calculado

Outro destaque do relatório são os fundos high yield — que, apesar de menor liquidez, entregam retornos mais atrativos ao assumir riscos moderados com boa gestão. Comparando dois portfólios, um com 100% em fundos líquidos e outro com 30% em high yield, o segundo apresentou desempenho superior nos últimos 16 meses, superando o CDI com consistência.

Essa estratégia mostra que abrir mão de parte da liquidez, de forma calibrada, pode aumentar significativamente o retorno da carteira sem comprometer sua segurança.

Desafios e cuidados com os níveis de spread

Apesar da atratividade, os gestores também alertam para os riscos. O spread médio em CDI está em torno de 1,80%, o que exige atenção redobrada na análise de crédito. Em alguns casos, os prêmios já não compensam os riscos assumidos — especialmente em emissores mais frágeis.

A recomendação da XP é clara: mais do que escolher produtos isolados, o foco deve estar na construção de portfólios diversificados, com alocação inteligente entre fundos líquidos e estruturados.

Renda fixa continua em alta

A renda fixa segue sendo a estratégia principal para quem busca proteção em tempos de incerteza. A maioria dos investidores ainda prefere ativos pós-fixados com liquidez diária, apesar dos retornos mais modestos.

No entanto, o relatório mostra que a diversificação entre crédito privado, títulos soberanos e até ativos internacionais pode melhorar o retorno ajustado ao risco. O conceito de “carrego” — manter o ativo até o vencimento — ganha importância em um cenário com taxas reais elevadas.

Crédito privado reforça posição estratégica em 2025

Mesmo diante de um cenário macroeconômico volátil, o crédito privado se consolida como uma alternativa relevante e rentável. Com a orientação adequada, diversificação e entendimento do perfil de risco, investidores podem aproveitar oportunidades reais de valorização — especialmente em fundos estruturados e high yield.

A chave está em montar uma carteira com estratégias complementares, combinando liquidez e retorno, e não apenas buscar o maior rendimento pontual.

Redação Contraponto

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