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Bancos oferecem crédito para adiantar a restituição do Imposto de Renda. Risco ou oportunidade?

Com a chegada do período de entrega do Imposto de Renda 2025, muitos brasileiros começam a planejar o destino da tão esperada restituição. E para quem deseja antecipar esse valor, os bancos oferecem linhas de crédito específicas. Mas será que essa operação é realmente vantajosa? Entenda como funciona, os cuidados necessários e quando essa alternativa pode ser uma boa escolha.

Os bancos disponibilizam linhas de crédito para correntistas que vão declarar o Imposto de Renda, permitindo o adiantamento da restituição antes da data oficial de liberação pela Receita Federal. Para isso, é preciso:

  • Informar o banco escolhido para recebimento na declaração do IR.
  • Apresentar o extrato da declaração à instituição financeira.

O valor é creditado em parcela única na conta do cliente, mas não corresponde a 100% da restituição prevista. Isso porque o banco desconta juros e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no valor antecipado.

Os riscos envolvidos na operação

Apesar de parecer vantajosa para quem precisa de dinheiro rápido, essa antecipação tem riscos que devem ser avaliados com cuidado. Se houver qualquer pendência ou erro na declaração e o contribuinte cair na malha fina, a restituição não será liberada até que a situação seja regularizada — e, mesmo assim, o valor do empréstimo precisará ser pago.

É essencial acessar o portal e-CAC ou o aplicativo Meu Imposto de Renda para conferir a situação da declaração antes de solicitar o crédito. Eventuais erros devem ser corrigidos com uma declaração retificadora, que pode ser feita pelo PGD no computador, pelo aplicativo ou pelo próprio e-CAC.

Quando vale a pena antecipar a restituição?

Segundo especialistas, a antecipação só compensa em situações específicas. É essencial comparar as taxas dessa linha de crédito com outras modalidades disponíveis no mercado e só contratar se houver real necessidade.

Casos em que a antecipação pode ser estratégica:

  • Para quitar dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial.
  • Quando é possível negociar um bom desconto para pagamento à vista usando a antecipação.
  • Se a taxa oferecida pelo banco for inferior às taxas das dívidas em aberto.

Se a taxa de juros do empréstimo for menor do que a cobrada por outras dívidas, a operação pode representar uma economia significativa.

Como a Receita Federal organiza a restituição

A Receita Federal segue uma ordem de prioridade no pagamento das restituições. Os primeiros a receber são:

  1. Idosos com 80 anos ou mais.
  2. Idosos com 60 anos ou mais, pessoas com deficiência e portadores de doenças graves.
  3. Contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.
  4. Quem utilizou a declaração pré-preenchida e optou por receber via Pix.
  5. Demais contribuintes, conforme a data de entrega da declaração.

Vale lembrar que a restituição é corrigida pela taxa Selic desde 30 de maio até o último lote, previsto para setembro. Ou seja, quem aguarda para receber naturalmente ainda conta com essa atualização monetária.

Antes de contratar o adiantamento da restituição do Imposto de Renda, o contribuinte deve avaliar com calma se a urgência compensa o custo envolvido. Em muitos casos, esperar o pagamento regular pode ser mais vantajoso, considerando a correção pela Selic e os riscos da malha fina.

Se for realmente necessário, compare as taxas, verifique sua situação fiscal e analise o impacto dessa decisão no seu orçamento.

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