ANBC reforça importância da tomada consciente de crédito no Dia das Mães e alerta para os riscos do endividamento

O Dia das Mães é o segundo dia mais importante para o comércio brasileiro, atrás apenas do Natal, e movimenta bilhões em vendas todos os anos. Em 2025, as projeções indicam um cenário bastante animador. Pesquisa realizada pela Rcell, em parceria com a ASUS, revela que 85,7% dos varejistas esperam faturar mais de R$ 1 milhão em vendas. Já 79,2% dos lojistas acreditam que o ticket médio será acima de R$ 450. Diante desse cenário aquecido, a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) faz um alerta: embora o crédito seja um importante motor para a economia, seu uso deve ser feito com planejamento para gerar equilíbrio financeiro, principalmente para as famílias de menor renda. O apelo emocional da data, aliado ao desejo de homenagear, é um estímulo ao consumo, que deve ser feito de forma consciente para garantir uma relação saudável com as finanças e evitar o risco de endividamento.
O cenário econômico mostra sinais de avanço e atenção: o consumo das famílias cresceu 4,8% em 2024, com aumento da renda média real (4,3%) acima da inflação. Contudo, o comprometimento da renda com dívidas atingiu 48,7% em janeiro de 2025, segundo o Banco Central — um índice que exige cautela por parte dos consumidores.
“Vivemos uma fase de amadurecimento do sistema financeiro brasileiro. O crédito está mais acessível e democrático, o que é positivo. O desafio deste avanço é que precisa ser sustentável e vir acompanhado de uma educação financeira para o consumo consciente: vejo como fundamental que as decisões de consumo associadas a esse momento sejam guiadas mais pela razão do que pela emoção e que as escolhas financeiras estejam alinhadas com os objetivos econômicos de longo prazo das famílias”, afirma Elias Sfeir, presidente executivo da ANBC.
A ANBC ressalta que a inclusão financeira no Brasil avançou significativamente nos últimos anos, impulsionada pela digitalização e pelo sucesso do Pix, que conecta milhões de trabalhadores informais ao sistema financeiro. O próximo passo é garantir que o acesso ao crédito seja acompanhado de educação e sustentabilidade nas relações.
“A inclusão financeira vai além do acesso: ela representa a habilidade de utilizar os serviços financeiros de maneira racional, segura e alinhada aos planos de vida. O grande propósito é transformar o acesso ao crédito em uma ferramenta de inclusão real e sustentável, promovendo escolhas que respeitem os limites financeiros de cada família e fortaleçam sua autonomia econômica”, destaca o executivo.