CAPACarreira

Na sua empresa há colaboradores que executam apenas o mínimo exigido?

Você sabia que esse comportamento é denominado quiet quitting?

“Quiet quitting” significa fazer apenas o mínimo necessário para manter o emprego, sem se envolver além das expectativas básicas. Essa abordagem pode oferecer mais equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, mas também pode prejudicar a carreira do colaborador e a empresa a longo prazo.

Você não está desistindo do seu emprego, está desistindo da ideia de ir além. Você ainda está cumprindo seus deveres, mas não está mais seguindo a mentalidade dessa cultura que acredita que o trabalho deve ser a sua vida. A realidade é que seu valor como pessoa não é definido pelo seu trabalho.” Com essas palavras um vídeo no TikTok viraliza com milhões de visualizações ascendendo de vez a discussão em torno da cultura de trabalho excessivo.

No Brasil, 11,9% dos funcionários já aderiram a essa postura, segundo pesquisa da EDC Group. O estudo aponta que a maioria dos “quiet quitters” são homens (67%), ocupam cargos de assistente ou analista (54%) e um terço deles tem entre 25 e 34 anos. Além disso, o levantamento mostrou que 19,51% dos profissionais brasileiros se sentem angustiados, desmotivados e sobrecarregados, sendo a maioria mulheres.

Não é do nada que alguém adota essa postura, certo? E por isso, é importante entender as causas desse comportamento, como ele pode afetar o colaborador e quais impactos isso tem na empresa.

Quais são as causas do quiet quitting?

  1. Falta de reconhecimento

Funcionários que sentem que seu esforço não é valorizado ou recompensado tendem a reduzir o engajamento e fazer apenas o necessário. A ausência de feedback positivo, promoções ou incentivos pode desmotivar até os mais dedicados.

  • Busca por uma relação mais saudável com o trabalho

Muitas pessoas estão reavaliando a relação entre vida pessoal e profissional. O quiet quitting pode ser uma resposta ao esgotamento causado por jornadas excessivas, cobranças constantes e a cultura do “trabalho acima de tudo”.

  •  Insatisfação com o chefe imediato

 A liderança tem um papel essencial no engajamento dos funcionários. Líderes que não sabem motivar, apoiar ou estabelecer uma boa comunicação podem contribuir para um ambiente tóxico, levando os colaboradores a se afastarem emocionalmente do trabalho.

Entenda que não é um problema o colaborador não querer exceder funções ou responsabilidades. Não querer ser sobrecarregado de tarefas.  Não querer fazer do trabalho o centro da vida. No entanto, a queda da produtividade, entregar trabalhos apenas para cumprir a exigência mínima sem buscar qualidade ou inovação, sim é um problema. Evitar contribuir, não compartilhar ideias e demonstrar desinteresse no crescimento do time, certamente isso também não é saudável.

O que um líder pode fazer nesses casos?

O básico primeiro

Nem precisa dizer, né? Direitos trabalhistas, respeito às funções e à carga horária. Esse é o ponto de partida.

Abra o diálogo

Tenha conversas difíceis. É fundamental ter conversas abertas e honestas com os colaboradores. Entenda suas queixas e procure soluções conjuntas. O silêncio pode alimentar a insatisfação e criar um ciclo negativo.

Cuide da saúde mental do time

Garanta um ambiente de trabalho saudável, evitando sobrecarga e microgestão. Incentive pausas e respeite os limites dos colaboradores.

Esteja aberto a negociações

Se um profissional talentoso está desmotivado, vale entender quais são suas expectativas. Isso pode envolver flexibilização da jornada, novos desafios, autonomia ou uma revisão de cargo e salário.

Resumindo

O quiet quitting reflete a busca por equilíbrio e reconhecimento. Ao invés de ignorar ou punir esse comportamento, líderes devem usar isso como uma oportunidade para reavaliar o ambiente de trabalho e as práticas de gestão. Faça pesquisas de clima e convide todos a participarem das soluções.

O colaborador precisam ser ouvido e sentir que é valorizado e respeitado, em contrapartida, o empregador precisa de resultados e competência. Promova o alinhamento para que as necessidades de ambos sejam atendidas. Certamente o trabalho vai fluir muito melhor e os resultados vão aparecer!

Excelente trabalho a todos!!!

Daisy Blanco

CEO da Escola Corporativa & Coaching, advogada e consultora especialista em gestão de risco e recuperação de crédito. Mentora para profissionais na área de cobrança e facilitadora em cursos de negociação, liderança e comunicação. Mediadora e conciliadora certificada pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).

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