Prescrição da Cobrança de Dívidas Administrativas: Decisão do STJ Impacta Mercado de Crédito

A prescrição de cobranças de dívidas é um tema crucial no cenário jurídico brasileiro. Recentemente, Nancy Andrighi, ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), elucidou um ponto importante sobre a prescrição e a cobrança de dívidas no REsp 2.088.100. Segundo seu parecer, quando a pretensão é paralisada pelo transcurso do prazo prescricional, a cobrança do devedor torna-se impossível, seja judicial ou extrajudicialmente.
O que é a Prescrição?
A prescrição é o prazo legal estabelecido para que o credor possa cobrar judicialmente uma dívida. No Brasil, esse prazo varia conforme o tipo de dívida: desde 6 meses para cheques até 30 anos para o FGTS. Para a maioria das dívidas, o prazo prescricional é de cinco anos, contados a partir da data de vencimento. Após esse período, o devedor não pode ser judicialmente obrigado a pagar o débito.
Impacto da Decisão no Mercado de Crédito
A decisão do STJ é vital para a segurança jurídica e o equilíbrio das relações entre credores e devedores. Ela garante que o devedor não fique indefinidamente sob a ameaça de cobranças, permitindo que, após um período razoável, ele possa reorganizar sua vida financeira sem a sombra de dívidas antigas.
Por outro lado, os credores argumentam que a proibição das cobranças administrativas após cinco anos pode incentivar a inadimplência, uma vez que os devedores saberão que, após esse período, estarão livres da obrigação de pagamento. Isso poderia afetar a concessão de crédito, elevando os riscos e, consequentemente, as taxas de juros para todos os consumidores.
Possíveis Consequências no Mercado de Crédito
- Aumento da Cautela na Concessão de Crédito: Credores poderão exigir garantias mais robustas e avaliar com maior rigor a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimo.
- Mudanças nas Estratégias de Cobrança: Empresas de cobrança e escritórios de advocacia especializados precisarão adaptar suas estratégias, focando em uma recuperação mais ágil e eficiente das dívidas antes do término do prazo prescricional.
- Impacto nas Taxas de Juros: A elevação do risco de inadimplência pode resultar em um aumento das taxas de juros, afetando diretamente os consumidores que buscam crédito no mercado.
- Fortalecimento da Educação Financeira: A medida pode incentivar uma maior educação financeira tanto por parte dos consumidores, que precisarão estar mais atentos ao cumprimento de suas obrigações, quanto dos credores, que deverão investir em políticas de crédito mais sustentáveis.
Considerações finais
A decisão do STF sobre a proibição da cobrança de dívidas acima de cinco anos tem o potencial de transformar o cenário jurídico e econômico brasileiro. Independentemente do resultado, é essencial que tanto credores quanto devedores se adaptem às novas realidades, buscando um equilíbrio que permita a sustentabilidade do mercado de crédito e a proteção dos direitos dos consumidores
A ministra Nancy Andrighi, ao negar provimento ao recurso especial no REsp 2.088.100, reforçou um princípio fundamental: a prescrição paralisa a pretensão de cobrança, seja ela judicial ou extrajudicial. Essa decisão sublinha a relevância do prazo prescricional na manutenção da segurança jurídica e no equilíbrio das relações de crédito.
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