Perfil do inadimplente brasileiro em 2025: quem está devendo e quanto?

A inadimplência no Brasil atingiu um novo patamar em abril de 2025, e os dados do SPC Brasil ajudam a traçar com clareza o perfil do consumidor negativado. Saber quem são essas pessoas, quanto devem e quais os padrões de comportamento é essencial para instituições financeiras, empresas de cobrança e profissionais que atuam com concessão de crédito.
Com mais de 70,29 milhões de brasileiros inadimplentes, o país vê 42,36% da sua população adulta com o nome em cadastros de devedores. Mas quem exatamente são essas pessoas?
Faixa etária: a geração mais endividada
O grupo mais expressivo entre os inadimplentes é formado por pessoas entre 30 e 39 anos, com 17,38 milhões de negativados nessa faixa etária. Isso equivale a 51,21% da população brasileira nesse grupo etário.
Veja o percentual de inadimplência por faixa etária:
Faixa Etária | População Inadimplente (%) |
---|---|
18 a 24 anos | 29,69% |
25 a 29 anos | 51,90% |
30 a 39 anos | 51,21% |
40 a 49 anos | 48,12% |
50 a 64 anos | 39,74% |
65 a 84 anos | 32,53% |
85 anos ou mais | 17,91% |
Esses dados revelam que a inadimplência está mais presente na fase economicamente ativa da população, quando as pessoas estão mais propensas a consumir, financiar e assumir compromissos financeiros.
Gênero e idade média
A inadimplência no Brasil em 2025 também apresenta um equilíbrio de gênero:
- Mulheres: 51,11% dos inadimplentes
- Homens: 48,89%
A idade média do inadimplente é de 44,7 anos, o que reforça a tendência de inadimplência crônica — ou seja, o consumidor passa boa parte da vida adulta com o nome negativado.
Quanto os inadimplentes devem?
Além do perfil demográfico, é fundamental entender o comportamento financeiro. Em abril de 2025:
- Valor médio devido por inadimplente: R$ 4.689,54
- Média de credores por pessoa: 2,18 empresas
Esse dado mostra que a inadimplência no Brasil está pulverizada: o consumidor não deve a apenas uma instituição, mas sim a múltiplas fontes de crédito. Isso dificulta a regularização e reforça a necessidade de ações coordenadas de renegociação.
Faixas de valor das dívidas
Os números também revelam que quase metade das dívidas são de baixo valor, o que representa uma grande oportunidade para estratégias de recuperação simples, rápidas e acessíveis.
Faixa de Valor | Participação (%) |
---|---|
Até R$ 500 | 30,15% |
R$ 500,01 a R$ 1.000 | 13,49% |
R$ 1.000,01 a R$ 2.500 | 19,44% |
R$ 2.500,01 a R$ 7.500 | 20,24% |
Acima de R$ 7.500 | 16,67% |
👉 43,65% dos inadimplentes devem até R$ 1.000. Isso significa que, com condições acessíveis, grande parte dessas dívidas poderia ser renegociada.
Oportunidades para empresas e instituições
Esses dados revelam oportunidades valiosas para empresas que atuam com cobrança, fintechs e operadoras de crédito:
- Investir em campanhas digitais de recuperação de dívidas pequenas
- Criar programas de renegociação com entrada facilitada
- Usar inteligência de dados para oferecer condições personalizadas por faixa etária
- Promover educação financeira segmentada com foco na faixa dos 25 a 49 anos
Conhecimento é poder na recuperação de crédito
Entender o perfil do inadimplente é um passo decisivo para aumentar as taxas de recuperação e reduzir perdas. Em 2025, o retrato do brasileiro negativado mostra que a inadimplência é profunda, pulverizada e afeta majoritariamente adultos em idade produtiva.
Com o uso de tecnologia, dados e uma abordagem mais humanizada, empresas podem não apenas recuperar valores, mas reconstruir o relacionamento com seus clientes e gerar valor a longo prazo.