Centro-oeste lidera crescimento da inadimplência em 2025

O cenário da inadimplência no Brasil segue em ascensão, mas com uma característica marcante em abril de 2025: o Centro-Oeste lidera o aumento no número de consumidores negativados, com uma variação anual de 7,30% — a mais alta entre todas as regiões do país, segundo dados do SPC Brasil.
Esse crescimento regional supera com folga a média nacional de 4,59%, evidenciando uma deterioração mais acelerada das condições financeiras na região. Embora o Sudeste concentre a maior parte dos inadimplentes em números absolutos, é o Centro-Oeste que chama a atenção pelo ritmo acelerado de crescimento da inadimplência.
Crescimento por região: veja o ranking
Acompanhe a variação anual do número de devedores por região, em abril de 2025:
Região | Crescimento Anual (%) |
---|---|
Centro-Oeste | 7,30% |
Norte | 3,44% |
Sudeste | 3,40% |
Sul | 2,69% |
Nordeste | 2,60% |
Mesmo em um cenário nacional de alta, a desigualdade regional nos números mostra que a inadimplência não afeta todas as áreas com a mesma intensidade — e isso exige atenção das empresas que atuam no mercado de crédito e cobrança.
A região Centro-Oeste — que inclui estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal — historicamente apresenta taxas de inadimplência acima da média nacional. Em abril de 2025, 46,12% da população adulta da região estava negativada, o maior percentual entre todas as regiões do país.
Esse dado revela que quase 1 em cada 2 adultos no Centro-Oeste tem o nome em cadastros de inadimplência.
Em números absolutos, são 6,02 milhões de consumidores inadimplentes apenas nessa região.
Entre os fatores que podem estar por trás desse avanço, destacam-se:
- Crescimento desordenado do crédito ao consumo nos últimos anos
- Falta de políticas regionais de renegociação de dívidas
- Pressões inflacionárias em segmentos específicos como combustíveis e alimentação
Por que esses dados são relevantes para empresas?
A inadimplência regionalizada ajuda empresas a entender onde estão seus maiores riscos e oportunidades. Conhecer o comportamento por região permite:
- Ajustar políticas de crédito conforme o risco regional
- Investir em estratégias de cobrança mais eficientes
- Implementar campanhas de renegociação personalizadas para cada praça
- Reduzir inadimplência futura com educação financeira segmentada
E quanto às dívidas em atraso?
A tendência de alta no Centro-Oeste também se reflete no volume de dívidas. A região apresentou crescimento de 13,64% no número de dívidas em atraso — mais que o dobro da média nacional, que ficou em 8,75%.
Ou seja, não apenas mais pessoas estão inadimplentes, como estão devendo mais dívidas.
A importância de olhar para além da média nacional
O Brasil é um país diverso, e a inadimplência não escapa disso. Enquanto a média nacional oferece um panorama geral, a análise regional expõe as reais urgências locais. O caso do Centro-Oeste é um exemplo claro de como uma região pode enfrentar desafios específicos — e por isso, merece atenção especial de bancos, fintechs, empresas de cobrança e formuladores de políticas públicas.
Para quem atua com crédito, cobrança, recuperação ou planejamento financeiro, entender a geografia da inadimplência é fundamental para atuar com precisão e gerar resultados consistentes.