Governo estuda usar pix como garantia de crédito para empreendedores

O Governo Federal, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está avaliando uma proposta no setor financeiro: permitir o uso do Pix como garantia de crédito. A medida, em desenvolvimento pelo Ministério da Fazenda, tem como principal objetivo facilitar o acesso ao crédito para empreendedores, especialmente os de pequeno porte.
De acordo com Marcos Pinto, secretário de Reformas Econômicas, a proposta visa criar uma estrutura tecnológica que permita vincular os recebimentos via Pix diretamente ao pagamento de parcelas de empréstimos. Isso significa que o fluxo de caixa do empreendedor — muitas vezes baseado em transações instantâneas — poderá ser usado como um tipo de “garantia dinâmica”, tornando o processo mais acessível e menos burocrático.
A novidade foi anunciada durante o evento CNN Talks, realizado em 23 de abril de 2025, e demonstra a busca por soluções modernas e digitais para fomentar o crédito e impulsionar a economia.
Por que essa medida pode revolucionar o acesso ao crédito?
A principal vantagem da proposta é permitir que autônomos e pequenos empresários, que muitas vezes enfrentam dificuldades para comprovar renda ou oferecer garantias tradicionais, possam obter crédito com base no histórico e volume de transações via Pix.
Além disso, o uso do Pix como instrumento de garantia pode aumentar a segurança das operações para as instituições financeiras, reduzindo riscos de inadimplência. A automatização dos pagamentos diretamente a partir dos recebíveis instantâneos traz mais previsibilidade e controle tanto para quem empresta quanto para quem toma o crédito.
Empreendedorismo e inclusão financeira
Essa iniciativa está alinhada com os esforços do governo para promover a inclusão financeira e o fortalecimento dos pequenos negócios. Segundo dados recentes do Banco Central, o Pix já movimenta trilhões de reais por ano no Brasil e é amplamente utilizado por empreendedores em todo o país.
Com essa nova funcionalidade, o Pix pode deixar de ser apenas um meio de pagamento e se transformar em uma ferramenta estratégica para alavancar negócios e democratizar o crédito.
O próximo passo
Embora a proposta ainda esteja em fase de estudos, a expectativa é que o governo avance rapidamente na implementação do programa. O Ministério da Fazenda pretende desenvolver uma tecnologia específica para operacionalizar o modelo, integrando instituições financeiras, sistemas de pagamentos e mecanismos de análise de risco.