Crédito rural em alerta: inadimplência recorde e desafios crescentes

O setor agropecuário brasileiro vive um momento de atenção máxima. A inadimplência no crédito rural da Caixa Econômica Federal alcançou 7%, o maior índice desde 2018. O aumento levou o banco a reduzir a oferta de recursos para o agronegócio, ampliando as dificuldades para produtores que já lidam com margens apertadas.

Custos elevados e instabilidade climática pressionam o campo

Produtores rurais têm enfrentado uma combinação de fatores desafiadores: custos de produção mais altos, condições climáticas instáveis e retração no financiamento público e privado. Esse cenário compromete a capacidade de pagamento dos agricultores e aumenta a dependência de renegociações de dívidas, que segundo especialistas, apenas adiam o problema.

Especialista alerta para riscos de renegociações frequentes

De acordo com o advogado Lando Bottosso, especialista em direito agrário e financeiro, “renegociar dívidas só posterga problemas e desvia recursos da produção”. Para ele, a prática gera uma bola de neve que compromete o fluxo de caixa e retarda investimentos em tecnologia e produtividade.

Estratégias para reduzir a inadimplência no agronegócio

Bottosso defende a adoção de medidas estruturais para reequilibrar o crédito rural. Entre as soluções, ele cita a necessidade de ajuste fiscal, redução da taxa Selic e implementação da securitização do crédito rural. Essa última estratégia permitiria maior previsibilidade e um fluxo contínuo de capital para o setor, reduzindo o risco de crises recorrentes.

Agenda estrutural para garantir sustentabilidade no setor rural

Segundo Bottosso, o momento exige uma agenda que vá além de soluções emergenciais. Equilíbrio fiscal, estabilidade financeira e expansão sustentável do crédito são pilares fundamentais para assegurar o crescimento contínuo do agronegócio brasileiro, que representa uma das principais forças da economia nacional.