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Com crédito escasso, intenção de compra de imóveis cai em 2025

Como juros altos, crédito restrito e incertezas econômicas afetam o mercado imobiliário em 2025

O mercado imobiliário brasileiro enfrenta um momento de retração. Segundo a pesquisa Raio-X FipeZAP do segundo trimestre de 2025, apenas 33% dos entrevistados manifestaram intenção de comprar um imóvel. Esse é o menor índice desde 2019 e mostra como o crédito mais restrito, os juros elevados e a instabilidade econômica estão pesando no bolso do consumidor.

O impacto do crédito escasso no mercado imobiliário

O acesso ao crédito é o principal combustível das negociações imobiliárias no Brasil. Como a maioria dos compradores depende de financiamento para adquirir uma casa ou apartamento, qualquer restrição na concessão de crédito gera efeito imediato sobre a demanda.

Em 2025, a combinação de juros altos, inflação persistente e renda comprometida reduziu o apetite dos bancos para conceder novos financiamentos, tornando o processo mais rigoroso. Isso resultou em uma queda significativa nas transações, especialmente em imóveis residenciais de médio e baixo valor, que são os mais dependentes de crédito.

Por que a intenção de compra caiu

Vários fatores ajudam a explicar o menor interesse na aquisição de imóveis em 2025:

  • Juros elevados: o aumento das taxas encarece o financiamento e eleva o valor das parcelas.
  • Endividamento das famílias: grande parte da renda está comprometida com dívidas e consumo básico.
  • Inflação: a alta nos preços pressiona o orçamento e reduz a capacidade de poupança.
  • Cautela econômica: em períodos de incerteza, consumidores adiam grandes decisões financeiras.

Essas condições tornam o crédito mais seletivo e fazem com que muitos brasileiros prefiram esperar um cenário de maior estabilidade para realizar a compra.

Diferenças entre segmentos de mercado

O cenário não afeta todos da mesma forma. Enquanto famílias de classe média e baixa sofrem com a falta de acesso ao financiamento, o mercado de alto padrão continua movimentado. Nesse segmento, parte dos compradores utiliza recursos próprios, o que reduz a dependência de crédito.

Além disso, o setor de imóveis comerciais também sente reflexos distintos: algumas regiões enfrentam alta vacância, mas outras atraem investidores que buscam renda em aluguéis e diversificação patrimonial.

Possíveis caminhos de recuperação

Mesmo diante do momento desafiador, existem perspectivas de retomada:

  • Programas habitacionais podem estimular o crédito e incentivar o consumo, especialmente na faixa de renda mais baixa.
  • Queda gradual dos juros ao longo de 2025 pode reaquecer o interesse e trazer compradores de volta ao mercado.
  • Novas linhas de crédito digitalizadas, oferecidas por fintechs e bancos digitais, tendem a tornar o processo mais ágil e acessível.

Esses fatores podem ajudar a impulsionar novamente a intenção de compra, ainda que de forma lenta e gradual.

Como o consumidor pode se preparar

Para quem deseja comprar um imóvel em meio ao crédito restrito, planejamento é essencial. Algumas recomendações incluem:

  • Organizar dívidas existentes antes de assumir novos compromissos.
  • Construir uma reserva financeira, reduzindo a dependência do crédito.
  • Pesquisar e comparar linhas de financiamento, pois cada banco oferece condições diferentes.
  • Negociar diretamente com incorporadoras, que podem oferecer prazos e condições especiais em lançamentos.

Com uma estratégia bem estruturada, é possível encontrar oportunidades mesmo em cenários adversos.

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Redação Contraponto

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