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Golpes Bilionários Aceleram Reação do Banco Central Contra Ataques Digitais

Medidas emergenciais reforçam a segurança financeira e apertam o cerco contra fraudes e hackers

Os últimos meses foram marcados por um verdadeiro “bang-bang digital” contra o sistema financeiro brasileiro. Hackers invadiram empresas fornecedoras de tecnologia de bancos e fintechs, desviando valores bilionários. Só em julho, o ataque à C&M Software gerou um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão, seguido por mais de R$ 700 milhões na Sinqia, em agosto.

Diante desse cenário alarmante, o Banco Central anunciou um pacote de medidas emergenciais para reforçar a segurança digital e proteger o sistema financeiro.

As Novas Regras na Prática

  • Limite de R$ 15 mil para Pix e TED em instituições não autorizadas ou que utilizam prestadores de serviços de TI (PSTIs).
  • Prazo encurtado: fintechs precisarão estar regulamentadas até maio de 2026 — antes o prazo era 2029.
  • Capital mínimo de R$ 15 milhões exigido para PSTIs, com prazo de 4 meses para adequação.
  • Contratos entre instituições deverão se alinhar às novas regras de responsabilidade no Pix em até 180 dias.
  • Quem tiver pedido de autorização indeferido terá 30 dias para encerrar as atividades.

Impacto e Desafios

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, foi direto:

“Faria Lima e fintechs são vítimas, não cúmplices do crime organizado.”

O objetivo do Banco Central é fechar as portas para os criminosos sem frear a inovação. Como 99% das transações empresariais já ficam abaixo de R$ 15 mil, a maioria dos usuários não deve sentir grandes impactos.

Por outro lado, o alerta foi dado: não existe mais espaço para “jeitinho” na segurança digital. Quem quiser atuar no mercado financeiro precisará investir pesado em compliance, controles técnicos e auditorias independentes.

Opinião

O pacote representa uma vitória parcial. Ele limita o estrago e facilita o rastreamento de transações, mas não ataca a raiz do problema: as contas laranjas e as redes de lavagem de dinheiro que alimentam o crime digital.

Enquanto essas brechas não forem fechadas, os hackers continuarão encontrando caminhos para operar.

Afonso Morais

Advogado, fundador e CEO do Grupo Morais Advogados que atua com callcenter na recuperação de créditos, amigável e judicial. Na area jurídica presta assessoria, consultoria e contencioso a mais 40 anos , atuando no direito do consumidor, trabalhista, digital, comercial, contratual e atualizando foca a sua expertise na implantação e proteção da LGPD, Cibersegurança, complance e educação digital. Ontem, Hoje e no futuro sempre ao lado de seus clientes.

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